quinta-feira, 20 de junho de 2013

Fôlego

Precisamos de fôlego, sabe quando você está submerso e começa a perceber que precisa voltar à superfície para ter oxigênio fluindo novamente?

Quando chega nesse momento você tenta segurar mais um pouco, são segundos a mais, mas que fazem toda a diferença. É uma barreira sendo rompida é a sua força de vontade querendo continuar, mas chega a hora em que você não resiste e precisa voltar.

Enche os pulmões com todo o ar que consegue para imergir e dar longas e fortes braçadas novamente para então mergulhar de corpo, alma e total oxigênio, usa as pernas para dar ainda mais impulso, até chegar ao fim da linha, ou aqui no caso, ao fim da piscina a tão esperada borda se aproxima, mas para chegar nela foram necessárias muitas imersões e emersões, muita força desprendida no percurso.

A sensação é de cansaço, mas também de prazer e de dever cumprido.

Esse tempo gasto do início ao fim da prova para quem está de fora parece que foi tão rápido, mas para quem está ali lutando foi uma eternidade, só nós sabemos o quanto demorou e custou alcançar o que queríamos, ou se ainda não alcançado ao menos chegamos bem próximo o bastante.

Na vida também é assim, no trabalho, nos relacionamentos vai chegar a hora em que você vai precisar de um impulso a mais, de um gás a mais e quando essa hora chegar se você se recusar a voltar pra respirar o resultado não será satisfatório para não dizer devastador. O custo por essa recusa é caro. Caminhar sem o ar de que tanto precisamos é insuportável, podemos até aguentar por um tempo, mas não para sempre.

Adiamos enquanto conseguimos, mas sabemos que a decisão de voltar para respirar é inevitável.

E isso seja se voltando mais aos nossos parceiros e dando chances de estarem mais próximos ou mesmo dando a oportunidade para ambos de experimentarem o sabor e o dessabor de novos amores, seja jogando uma carreira de anos pela janela e que sabemos que está a anos luz de ser aquilo que nos completa, seja saindo de dentro da casca dos problemas e voltar à humanidade só que agora como líder dos próprios atos e não mais como refém.

Para um nadador as braçadas são indispensáveis, para um corredor são as pernadas que fazem a diferença, mas tanto para eles e quanto para nós uma coisa é essencial: permanecer respirando.

sábado, 15 de junho de 2013

Mantenha sua janela aberta

É uma lacuna que parece não ter preenchimento. Acho que muita gente sente isso, cada um em uma determinada área, seja profissional, pessoal ou afetiva.

É uma insatisfação que causa um vazio e ao mesmo tempo nos sentimos cheios, de saco cheio - se me permitem o uso da expressão. Mas também cheios de vida, sentimos que ainda somos capazes de gerar e solucionar problemas.

Tentar entender e tapar esse buraco é difícil, creio que não seja possível, parece que é algo para ficar aberto.

Todo mundo tem um lado não tão bem resolvido - pode confessar vai.

É essa falta que nos movimenta e nos faz procurar, batalhar, querer encontrar, solucionar ou ao menos acalmar.

Mas no fundo cultivamos aquilo ali estagnado como se a vida precisa-se desse ponto para continuar caminhando, precisamos de um problema, precisamos de uma dor, nem que seja uma dorzinha, só pra chamar de nossa.

 E quando essa janela se fechar, encontraremos outras para abrir e esse é o ciclo natural da vida; no dia em que todas se fecharem não estaremos mais vivos.

Termino deixando o alerta: Se o sapato já não faz mais calos, é sinal que está na hora de troca-lo.