quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pelo ralo abaixo


Lembrei-me de um almoço onde uma amiga comentava sobre a estranheza das pessoas que antes era mais vista na capital e agora já está no interior também, fiquei pensando sobre que tipo de pessoas seriam essas que ela falou.

Seria a moda de calças coloridas e todos com cabelinhos iguais? Mas lembrei que na minha adolescência também havia certas esquisitices, na época eram os tais clubbers que usavam saias xadrez, pulseira e colar em formato de bolas e andavam por ai com malabares.

Mas estranho mesmo são os comportamentos, no interior há tempos atrás ainda era possível pedir carona, cumprimentar as pessoas que passavam e melhor, elas até olhavam umas para as outras, é sim!

Mas vejo que isso mudou.

Na última viagem pedimos informação à um senhor sentado na praça e ele além de dar ajuda tomou a liberdade de abrir a porta de trás do carro, sentar e pedir uma caroninha...Realmente não estávamos em São Paulo, se alguém faz isso aqui a primeira reação já é levantar as mãos e rezar pra não ser mais uma vítima ou se a pessoa em questão não oferecer riscos, pegamos o objeto mais próximo das mãos e miramos em sua cabeça expulsando assim do veículo no mesmo instante em que entrou.

Não pretendo entrar mais fundo na pior bizarrice que existe chamada preconceito que faz com que “pessoas” acabem com a vida de pessoas. Isso é muito mais do que estranho, é assustador.

Até quando? Quantos mais teremos que ver?

O mundo está perdido e neste caso GPS não ajuda.

 Aonde vamos parar. No fundo do poço?

Não, nem sequer temos mais poço.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Como já disse Jota Quest, essa não é mais uma carta de amor, são pensamentos soltos traduzidos em palavras...

Sei que eu vou começar a falar e você vai achar que eu já vou começar a criticar ou reclamar.

Mas o mais engraçado é que será apenas mais um monólogo que se eu não pedir você nem vai comentar.
Para saber escutar é preciso uma sensibilidade muito grande e mais ainda pra poder dizer alguma coisa sobre o que foi dito. Você me conhece? Será que sabe me tranquilizar com palavras doces?

Com o passar do tempo parece que os defeitos são mais realçados do que as qualidades, não diria nem que são defeitos e sim diferenças e ai começamos a querer mudar o outro que sempre foi assim. Erro. Mas podemos melhorar e diminuir as diferenças entre nós.

E quando eu começar a citar essas diferenças pode ser sinal de crítica sim, porém construtiva, enquanto eu falar sempre será uma tentativa de me aproximar mas quando eu me calar...

Batemos sempre na mesma tecla, damos murro em ponta de faca, falamos e falamos o que precisamos alinhar e tudo parece cada vez mais torto.

É engraçado, até hoje pouco vi o seu sorriso e não conheço o som da sua risada.

Engraçado nunca ver você ouvindo o cd que lhe dei de presente, ver o bonequinho guardado na caixa e pra mim o pior é não ver você vendo fotos e sorrindo ao recordar.

Eu acredito em mágica e você parece que não. Essa deve ser nova, você nunca soube que eu acredito em mágica? E diz que me conhece?

Mágica sim, a mágica que transforma qualquer ser que ame algo ou alguém.

Engraçado também como você pode passar o sábado inteiro falando a respeito do desenvolvimento de alguma coisa, técnica e não conseguir ficar por muitos minutos sentado falando de emoções, recordações...

Se eu fizer cócegas a recíproca não será verdadeira e esse é um dos detalhes que foi fazendo eu parar, parar de agradar e comecei a reclamar.

Você sabe me agradar?...

Amar é também se entregar e isso pelo visto ainda não aconteceu, ou melhor, aconteceu aos poucos, mas não completamente, até ai normal.

Contos de fadas e príncipe em cavalo branco não existem para quem não quer que eles existam!
As pessoas não se tornam príncipes e princesas e não fazem da vida um conto de fadas não porque a realidade não é boa o suficiente e sim porque sentimos medo de amar demais. O tombo pode ser grande dependendo da altura que estejamos e então por isso devemos nos privar mais do que amar, certo?

Jamais vou entender a cabeça das pessoas e a minha...

O seu lado que me complementa existe e é bom, mas o vazio que essas distâncias têm causado está ficando maior.

Quero um presente fofo, quero que a saudade bata e faça vir me ver espontaneamente, ao menos de vez em quando, e não só nos dias marcados, quero ver um gesto de carinho depois que eu der um beijo no braço enquanto andamos, quero ter uma surpresa sem precisar pedir, quero assistir filme enquanto a sua mão fica no meu rosto, quero beijos em que as mãos percorram a bochecha e vá até a nuca e ainda depois volte pra cintura.

Impossível?

Tá parecendo que sim, homens que reconheçam e entendam isso parecem que estão entrando em extinção.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Já...

Dentre tantas belezas citadas como as melhores para serem visitadas eu recomendo: viaje o mundo. Começando por onde? Por onde quiser, são infinidades de opções e todas nos servem como referências, mas façamos nós as nossas próprias referências.
Que os guias nos sirvam de sugestão, mas as nossas emoções que nos guiem.

Há livros que recomendam várias coisas a se fazer antes de morrer, ou antes, de chegar a alguma idade, disso tudo pouco eu sei, pois ainda não li, já ouvi dizer que devemos plantar uma árvore e também escrever um livro e ai eu pergunto se plantar um grão de feijão no algodão serve?

Sei que:

Já acreditei na honestidade e não tive retorno então passei a viver apenas com as minhas sinceridades.
Já levei não pra poder encontrar o sim.
Já cai da escada e mais de uma vez, mas ainda bem que foi em casa.
Já fiquei acordada pra fazer ligação DDI do celular de madrugada pra ser mais barato e poder falar um pouco mais.
Já viajei sozinha mais de 200 km pra ver alguém, mas voltei com a sensação que não deveria ter ido.
Já tive que dormir com abajur acesso pra aprender a dormir no escuro.
Já fiquei bêbada pra lembrar e nunca mais ficar.
Já fui patinho feio e hoje isso já não faz tanta diferença.
Já fiz natação, balé, aula de guitarra, pensei em dança do ventre, bateria, mas descobri que sou melhor dormindo.
Já passei da estação conversando.
Já dancei e escutei o tchan.
Já tive ex melhor amiga e descobri que é pior que ex namorado.
Já fui à montanha russa de olho fechado e se precisar ir de novo só assim.
Já recebi pedido de namoro e recusei.
Já pensei em trair, mas não consegui.
Já menti e hoje posso dizer a verdade.
Já recebi proposta pra mudar de cidade.
Já fiz terapia e acho que algum dia eu volto.
Já gritei até ficar rouca.
Já tentei aprender a andar de bicicleta depois de grande, aprendi, mas mesmo assim desisti.
Já sai no meio da noite dirigindo de raiva, com raiva e serviu pra me acalmar.
Já cabulei aula.
Já levei horas em fila pra ver show.
Já sai com alguém e fiquei esperando o telefone tocar.
Já sai com alguém e rezei pra ele não me ligar.
Já perdi o amigo, mas não perdi a piada.
Já ganhei o primeiro pedaço do bolo.
Já levei unhada e tenho a cicatriz até hoje.
Já levei picada e também tenho a marca até hoje.
Já tive que escolher e até hoje não consegui me decidir.

Agora das coisas que não fiz e ainda posso fazer, imagino que são bem mais de 30 ou 1000...

Das fotografias que tenho ainda falta a da rua onde moro, pode não ser eleita a mais bonita da cidade, posso não ter ido aos melhores restaurantes selecionados e nem chegar a viajar o mundo, mas o passeio no parque no fim de semana e o hambúrguer perto de casa podem nunca fazer parte de nada e mesmo assim sempre farão parte da minha história.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Nada contra mas também nada a favor.

Já teve gente que prometeu revolucionar a tecnologia dos games com sensores de movimentos, agora bem que poderia aparecer alguém pra revolucionar a tecnologia dos transportes, pois não há entretenimento maior que esse e não há sensor de movimento que aguentaria a quantidade de movimentos por milésimos de segundo que acontece dentro de um vagão do metrô ou do trem ou mesmo no ônibus coletivo.

Não é desmerecendo a criação de ninguém e nem colocar em grau de importância, pois cada tecnologia é importante e influencia nossas vidas, mas eu preferiria pegar um transporte tranqüilo e não ter videogame ou computador pra me distrair ao chegar em casa ao ter que chegar mega estressado depois de tantas condições subumanas e me tornar bitolado em soluções eletrônicas de prazer momentâneo.

Viva a expansão, viva! Agora até quando essa expansão vai ser a mesma que causa destruição? A tecnologia não deveria vir para nos trazer qualidade de vida?

Cada geração tem sua diversão, mas se tivéssemos parado um pouco no tempo ao invés de tanta evolução, talvez, só talvez, teríamos uma vida um pouco mais saudável, não há muitas constentações quanto às brincadeiras de hoje e as de outras gerações.

Mas eu não sou a primeira a comentar isso e esse assunto não é nem um pouco recente, não vivi nos tempos antigos, mas gostaria de ter presenciado outras épocas, assim talvez eu tivesse certeza de que o mundo de hoje é melhor ou pior do que era, mas do jeito que estamos indo a tendência é disso pra pior.

E há quem diga que hoje o mundo é menos violento – pesquisa feita com um psicólogo não sei da onde. Realmente, das guerras que tínhamos quase não ouvimos mais falar, hoje a bebida, a imprudência e o desrespeito são algumas das bombas nos campos urbanos.

E termino com a pergunta de uma apresentadora que ouvi hoje pela manhã: você prefere ter razão ou ser feliz?

Acho que é isso, ter razão não nos torna feliz, mas a felicidade nos faz ter razões...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Minha viagem de férias

Foi à primeira viagem intitulada viagem de férias, sempre viajei, mas em feriados prolongados ou coisas parecidas, a quantidade de dias foi à mesma de quase todas as outras vezes: 4 dias. Pouco, muito? Eu diria suficiente, mas se pudesse ficaria viajando a vida toda.

Não foi a melhor viagem, já vi lugares mais bonitos, mas foi boa e diferente.

Diferente porque foram mais de 500km rodados de carro, mal dava tempo das mochilas saírem do carro e lá estávamos nós indo a outro lugar.
Diferente porque fomos a praia que foi cenário de novela, diferente porque conhecemos garçom argentino, italiano e a casa da farinha não era um lugar de venda de drogas e sim de tapiocas.

Vimos o amanhecer do dia na estrada, comemos pão com ovo no café da manhã achando a coisa mais gostosa das últimas horas. Acordamos com a sensação de que estávamos em lugar nenhum, sentamos na rua sem se preocupar com pessoas, carros e o que quer que fosse.

Revi o entusiasmo no passeio de buggy tão esperado, mas pena não tão apreciado, a lagosta fica para a próxima porque nessa a moqueca de camarão no óleo de dendê tomou o seu lugar.

Ficou a pergunta: onde foram parar as Baianas? Creio que elas estão sendo extintas pelas pizzarias e rodízios, uma pena!
Desculpem-me, mas pizza boa é a de São Paulo, no nordeste eu fico com as iguarias do mar e seus derivados.

O tempero é forte, descobri que o caranguejo tem pelo e então só ficou na foto com a minha cara de nojo junto com as outras 190 fotos todas muito iguais: dunas branquinhas e coqueiros, com direito a burro na areia e na estrada.

Quilômetros de estrada de terra, ponte de madeira, muita vegetação que me fizeram sentir naqueles comerciais de carro no meio da selva. Vimos lugares quase inabitados, ruas sem nome, sem asfalto, lugares habitados aonde parecia não ser possível algo viver.

De lembrança trouxemos chocalho, copinho, chaveiro e na lembrança fica a aventura na travessia de 6km de barco feita na imensidão do rio, fica o contato com as pessoas que conhecemos, um pouco da história de cada um, fica a certeza de nunca mais andar em Salvador de carro – ô povo pra dirigir que nem louco-,  a simplicidade da vida e as belezas únicas de cada coisa e cada lugar.

Só pra finalizar: como gringo gosta da Bahia, só davam eles por lá.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Resgate


Lembro-me bem do entusiasmo do primeiro dia no emprego novo, na aula da faculdade, de um encontro, mas por que só o novo nos traz essa sensação? É raridade encontrar alguém com 30 anos na mesma empresa com a mesma excitação ou então um relacionamento de 30 anos em que o entusiasmo ainda esteja presente. Ele é passageiro e fica grudado nas lembranças, apenas nisso, na atualidade ele só aparece se houver alguma mudança.

É esse o preço para se resgatar o entusiasmo? Mudar?

Paixão... Hoje acho que a única coisa pela qual sinto paixão é encontrar inspiração nos meus pensamentos e devaneios.

Será preciso mudar de emprego, de marido, de curso? Ou dá pra mudar a forma de se trabalhar na mesma empresa depois de tanto tempo? É possível encontrar paixão num relacionamento que se tornou rotineiro e amigável com o passar dos anos?

Dá, dá sim, há quem diga...

Eu preciso de um resgate, não quero ficar presa ao conformismo, eu posso aceitar, mas não me conformar. Sei que o tempo traz outras coisas tão boas que o novo não pode nos proporcionar, mas não dá pra conciliar tudo isso?

Você muda a cor do cabelo, mas daqui a pouco já tá enjoado, arruma um programa diferente pra fazer, mas daqui a pouco tá injuriado, arruma um parceiro, mas ai fica acostumado.

Nunca estamos satisfeitos mesmo...

Cheguei a uma conclusão; não vou esperar o resgate chegar, melhor eu começar a me auto-resgatar!
- Hã?
Boa sorte.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Casa nova

Sei que cabe na sala um sofá de mais ou menos uns dois metros de comprimento, mas a medida principal é: cabem duas pessoas esparramadas? Se não der, nem quero! De que me adianta um lindo sofá que não vou poder deitar e rolar?

Da TV de Led, LCD com HD e sei lá mais o que, eu quero apenas o bom amigo botão MUTE porque mesmo com todos os mais de 100 canais uma hora eu vou querer paz.

Não me importo de ter um marido chato desde que ele não venha acompanhado com um Xbox. O que? O vídeo game já nem parece mais vídeo game, agora é como se você realmente jogasse boliche, vôlei e tudo sem sair de casa! Cadê a graça? Não precisa sair de casa e é um bom simulador. Legal, podemos substituir o marido pelo Kinect! Interatividade total e individual, e não me venha dizer que você joga online conectado com outras pessoas.

Não precisa mais ir ao parque, não precisa pegar transito, encontrar pessoas, pegar fila, ir à quadra. Deve ser a falta de tempo que anda atrapalhando a cabeça das pessoas.

Mas voltando a minha casa nova, não vou ficar combinando muita coisa não, o que mais tem que combinar ali dentro sou eu e ele e fica a dica, se a cerveja derramar e o tapete manchar, deixa pra lá não vale apena estressar e sim só aproveitar.

Casa perfeita eu tinha, quando brincava de boneca.

sábado, 8 de outubro de 2011

Felicidade


Hoje eu queria desabafar...

Buscamos tanto a felicidade, mas quando a sentimos tornamos apenas em felicidade instantânea, ao contrário os problemas parecem que são eternos, temos o dom de transformar uma dificuldade em um estardalhaço que parece perdurar a vida toda.

O prazer pode ser momentâneo, podemos sentir uma alegria passageira, mas com que direito achamos que a felicidade vem e vai embora? Ela não, ela habita a todos indiferente do que seja satisfação para cada um.

O que quero dizer é que a felicidade independe de qualquer coisa, ela existe mesmo que hoje estejamos tristes.

O dia pode amanhecer nublado, mas isso não quer dizer que o sol não esteja no céu, ele sempre está lá, apenas o movimento das nuvens fez com que ele não fosse visto, e é assim com a felicidade, somos felizes com alguns momentos de tristezas e não o contrário.

Colocamos sempre a nossa felicidade condicionada a algo; “serei feliz quando conseguir tal coisa”. Li há um tempo uma matéria dizendo que não temos como saber se realmente essa atribuição que fazemos é verdadeira. Fulano ganha na loteria e pronto, felicidade garantida! Beltrano descobre uma doença e sua vida acaba. Nem sempre é assim, não temos certezas de como lidaremos com tais situações.

Esses fatos não retratam necessariamente uma pessoa mais ou menos feliz.

O sentido da vida não está ao norte, ao leste ou em qualquer outro lado, o sentido da vida está nas atitudes em que escolhemos tomar e a felicidade pode ser pra sempre se assim nós quisermos.