sábado, 30 de novembro de 2013

Novo endereço

As crônicas agora estão em novo site: www.alguemnajanela.com

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Abraço

Falam que um aperto de mão pode dizer muito de uma pessoa, pode até ser, mas acho o abraço mais revelador.

Um simples ato de abrir os braços expõe muito, o quanto de carinho a pessoa tem, a falta de toque que a pessoa sente, a frieza que sobe pela espinha ou o calor que emana do corpo. Mostra também timidez, liberdade, enfim, infinitos sentimentos e personalidades são colocados a mostra.

Abraçar não é dar tapinha nas costas, aliás, prefiro um tapa na cara do que tapinhas nas costas - um tapa na cara tem mais vontade do que a falsidade desse abraço.

Abraço frouxo é pior que levar um fora.
Abraço apertado é melhor que juras de amor.

Quer um amor avassalador? Prefiro um abraço acolhedor.

É muito mais fácil um aperto de mão ou um ou dois beijinhos pra cada lado, justamente porque o abraço é muito mais intimo. O problema não é só o toque dos corpos, há uma troca muito maior, são instantes de fraternidade e entrega.

Quando somos apresentados a outras pessoas cumprimentamos de várias maneiras, mas  com um abraço normalmente não, seria pegar a pessoa muito desprevenida e com alto índice de não ser recíproco, afinal, nunca estamos preparados para tanto carinho e exposição, podemos até estar preparados para um assalto a mão armada, por exemplo, agora para um abraço de braços abertos, jamais.

Quem não gosta do outro, pode ate fingir um sorriso amarelo, mas o abraço não será apertado, com certeza haverá uma esquiva.

Um abraço consola, traduz o que as palavras não sabem falar e ajuda a curar o que levaria muito mais tempo pra passar.

É assim, como disse minha diva: "tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve".

domingo, 24 de novembro de 2013

O que você usa

Em São Paulo uso quase que todos os dias a famosa calça jeans, nada melhor, ao menos pra mim, não sou adepta de andar de vestido, saia ou shorts por ai, não me sinto confortável.

Engraçado que quando viajo para algum lugar, inevitavelmente a vestimenta usual é o shorts, podemos pensar que é devido ao calor do lugar visitado que normalmente é maior do que onde moro, mas ainda não justifica totalmente, em São Paulo também temos dias de calor insuportáveis e nem por isso encaro um shortinho aos finais de semana que é quando estou mais descontraída.

Já quando viajo a descontração é total, é onde me permito colocar as pernocas de fora, quase como um grito de libertação.
Alforria total mesmo é sair na rua de Havaianas, independente de ser as legítimas ou não, é uma afronta àquela pessoa que todos os dias se locomove de transporte coletivo enfurnada dentro de um tênis e uma calça.

Esses pensamentos surgiram porque fui viajar pro interior nesse último feriado e ao ver as pessoas todas arrumadas no shopping me fez sentir vergonha, por um momento, da maneira como me atrevia a andar sem um salto ou algum acessório mais apropriado para o evento, mas confesso que esse meu incomodo logo passou e eu voltei a me sentir tranquila novamente no meu chinelo de dedo verde fluorescente.

Sábado a noite, festa na cidade, mais especificamente Baile do Hawai, o que mais eu poderia esperar senão pessoas com vestidos lindos, roupas diferentes, nunca estive em Hollywood, mas acho que só lá devo ver pessoas mais bem arrumadas.

Exageros da minha parte é claro, mas novamente lá estava eu - dessa vez não no chinelo de dedo, mas em uma rasteirinha, até tinha strass para tentar dar um charme a mais que a festa merecia, mas se chamei atenção em algum momento não foi pelo rímel que me dei ao luxo de passar, deve ter sido por ser uma das poucas que estavam na festa vestida para andar no calçadão da praia.

Mas pra mim viajar é isso, é a oportunidade de me desligar do dia a dia, é onde posso usar o que bem entendo e que o cotidiano às vezes não me permite, aliás não sou o tipo que usa as melhores roupas em determinadas ocasiões, porque nem mesmo tenho tais roupas - a não ser um vestido longo para um casamento, um trench coat para um jantar em um dia especial, fora isso nada muito além, provavelmente você me verá no shopping, no mercado, em qualquer outro lugar com os mesmos tipos de roupa.

Praticidade, falta de estilo, podem encontrar a melhor classificação que quiserem, só sei que já tive a fase de querer comprar uma roupa toda vez que tinha algo diferente para fazer, inclusive a época de festas de final de ano sempre foram sinônimo de roupas novas pra mim, não agora, esse ano mesmo vou desenterrar alguma peça que acabará se tornando nova depois de tanto tempo sem ser usada.

Se me vissem aqui no meu habitat natural iriam entender que lá, mesmo não estando vestida de acordo, eu estava feliz e  sem nem me preocupar se ao andar o vestido ia levantar.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O mais legal

Você acha que a vida é difícil, que trabalhar é chato, que relacionamentos são complicados, mas e as partes legais? Essas valem mais a pena, a paixão está entre uma delas. É uma necessidade quase que geral, demora-se muito pouco pra se apaixonar e não precisamos de muito para isso, dizem que o interesse está em 55% relacionado a linguagem corporal, 38% no tom de voz e apenas 7% no que a pessoa está dizendo, então é sinal de que nem precisamos nos preocupar muito nas bobagens ditas.

Outra coisa legal é andar de mãos dadas, esse simples ato pode aliviar o estresse - nunca parou para perceber que dificilmente pessoas brigam de mãos dadas?

Olhar fotos, outro ato singelo e maravilhoso, é um resgate que nos traz a tona.
Olhar nos olhos então, resolve tanto quanto uma sessão de terapia e ajuda aliviar qualquer dor sem precisar de analgésicos. Uma conversa pode ser o melhor alucinógeno.
Tudo isso é bom e o mais legal é juntar tudo isso e descobrir que é amar.
Amar nos torna mais gratos e atrai mais felicidade.

Outra coisa boa que acontece é que quando gostamos de alguém nos tornamos menos críticos e mais relevantes - apesar de que eu e você conhecemos gente totalmente diferente disso, mas isso porque gostam de complicar, porque o bem estar causado nas relações são maiores do que os problemas criados.

Existem diversas fontes de energia e prazer e a maioria é comum a todos, não à toa, precisamos quase sempre das mesmas coisas e entre todas as opções oferecidas pelo mundo, a que eu mais gosto é gostar.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A última que morre

Grande parte dos meus textos são otimistas ou realistas, não vale a pena escrever algo que seja pessimista afinal a vida já tem complicações demais para piorarmos as situações, ao menos no mundo da imaginação, da arte ou em outras formas de expressão podemos tentar dar um tom melhor aos dias. Como não é meu intuito fazer com que cortem os pulsos após a leitura, procuro não dar ênfases dramáticas ou comentar o pior lado - mesmo sabendo que eles existem, mas hoje os pensamentos estão me ocorrendo de maneira um pouco diferente e desordenada.

Dizem que a esperança é a última que morre não é? E quando chega o momento em que ela morre, o que mais resta? Podem me dizer que a esperança só vai se esvair quando falecermos, mas e se isso acontecer ainda em vida, é possível?

Algumas pessoas podem me dizer que isso pode sim acontecer e essas pessoas desprovidas de esperança são aquelas mais comumente conhecidas como descrentes, concordo, mas ainda acho que a falta de esperança é mais do que isso.

A falta de esperança é a falta de força, é um esgotamento e que pode estar relacionado a um sofrimento ou uma desilusão ou não. A pessoa sem esperança se sente perdida, muitas às vezes sente vontade de desaparecer do mapa.

O que fazer? Se entregar, parece ser a última saída, ao menos até o momento em que o tempo vire e as coisas mudem para melhor ou para menos pior. Pensar assim já é ter um sinal de que ainda há esperança, por menor que possa parecer ainda existe um fiozinho ali dentro. Precisamos disso, mesmo que ter esperança seja ter ilusão.
Então eu penso que talvez ter esperança é viver enganado, mas será mesmo que existe alguém desenganado?

A esperança pode ser a última que morre e talvez seja a única que nos resta.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A vida passa

Procuro algumas distrações para preencher o pedaço que me falta, e nessas distrações todas, o tempo passa depressa demais e me faz pensar que já não tenho mais o mesmo brilho de antes, quem dera eu pudesse ser a mulher de hoje com as esperanças da garota de antes.
Não dá.
A inocência escorreu por entre os dedos e eu nem percebi.
A vontade e a esperança ficaram naquela época em que parecia que eu poderia ter tudo aquilo que eu quisesse.
Eu fui diminuindo, encontrando outras formas de viver e de amar.
A diminuição neste caso não é apenas no sentido de diminutivo, claro que houveram muitas perdas ao longo do caminho, mas era inevitável, só assim pude avançar, senão teria ficado presa e refém de uma época.
Avancei demais e cai no abismo que havia logo a frente - me perdi em mim mesma.
Hoje sou refém e a vida continua passando, e eu nem percebo o quão estou cansada.
Ainda tenho sentimentos, eles pulsam, clamam por atenção e eu finjo não escutar, melhor não dar bola, melhor abafar qualquer ousadia que ouse escapar.
Quero alguma coisa, mas que nem sei exatamente o que é.
Tenho um coração que esqueci de cuidar, apenas fui levando pra vida não me levar.
Descobri que sonhar é preciso, mas é necessário saber nadar para não afundar.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Mistério

Definitivamente não sou o tipo de mulher misteriosa, se isso é um charme não sou nenhum pouco charmosa então, vai ver tenho algum outro, não sei, mas não sou do tipo que sabe fazer jogo, sou meio escancarada, se quero falo logo e se não quero também é tchau e benção, já me disseram que isso é objetividade, sem lenga lenga e delongas, não sei também, será?

Pode ser, porque muita conversinha em torno de um mesmo assunto me deixa impaciente, gosto de textos curtos e detesto ficar andando em círculos - apesar de achar que fazemos isso constantemente e inevitavelmente.

Já pensei sobre isso com relação a minha futura profissão - pelo fato de precisar ficar horas, dias, semanas, meses, anos escutando os mesmos papos, os mesmos problemas, mas ainda assim é menos entediante que passar os dias num escritório cuidando de faturas, documentos e coisas afins, sem falar que por trás das mesmas histórias existem questões diferentes ou não, vai ver existam as mesmas coisas, mas chegar a essa percepção também é relevante pra mim.

Adoro surpresas, mas sou curiosa e ansiosa, e acabo me precipitando - ninguém (quase ninguém) nunca conseguiu esconder um presente surpresa, basta me dar uma dica e pronto eu adivinho e lá se vai a graça toda pelo ralo.
Se eu tiver que fazer surpresa então, não conte comigo, sou pior que criança e acabo contando tudo e mais uma vez todo o entusiasmo já era - quanto a segredos fiquem tranquilos, adoro saber de confidências e não contar pra ninguém, morro mas não conto nada, sinto o privilégio de ser única ou fazer parte dos poucos que sabem algo e então não tem a menor graça sair contando aos sete ventos e em respeito a quem me conta também é claro.

Juro, não nasci de sete meses, mas sou afobada, do time das apressadas (se tivesse nascido homem provavelmente teria ejaculação precoce), chego até a achar que o meu coração bate mais acelerado que o de outras pessoas - apesar de nunca ter comparado, levo ao pé da letra a frase "não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje", às vezes leio muito rápido, sou pontual e gente lerda me irrita - e acreditem; eu me sinto péssima com tudo isso. O pior de tudo isso é que me casei com o Sr. deixa pra depois e adivinhem: tenho aprendido um pouco a arte da lerdeza - leiam bem: tenho aprendido um pouco. Isso não significa que eu tenha entrado para o clube dos desencanados, não, mas tenho ao menos aceitado eles no meu cotidiano sem grandes estardalhaços.

Tá achando que não é bem assim, é porque nunca me viu dirigindo, eu buzino, mando sair da frente e como pedestre se alguém estiver andando igual uma tartaruga na minha frente eu desvio mesmo, apresso o passo e saio em disparada - louca de pedra coitada, é o que devem pensar as pessoas quando eu passo - imagine só quando ficar mais velha, outros devem imaginar.

Eu mais velha? Reclamona, sem sombra de dúvidas e daquelas que falam umas quatro vezes a mesma coisa - se hoje em dia eu já repito umas duas. Revoltada eu também já sou, então a tendência é só piorar, quando chegar na velhice provavelmente já terei aprendido a desenvolver a bomba atômica em casa pra jogar no quintal do vizinho se ele colocar funk pra tocar.

Quanto ao velho que estiver comigo se ainda fizer parte dos lerdos por natureza, vai levar uns bons chacoalhões pra ver se aprende a ser mais rápido - duvido muito que algum dia eu consiga desacelerar e me tornar uma pessoa zen, daquelas que não se abala. Se o mundo estiver acabando eu não estarei sentada tomando picolé na praça, provavelmente estarei desesperada em algum canto por ai.

O que foi? Fazer o quê meu povo, a realidade é essa.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Segunda-feira

Segunda feira é tipicamente um dia difícil e chato, caso exista alguém que se oponha a isso me procure mais tarde, adorarei descobrir motivos do contrário.

Segunda fica pior ainda quando você sai de casa mais cedo na certeza que vai chegar no horário, ledo engano, o trânsito sempre te pega de surpresa. Alguém deve ter tentado se matar, só pode, não vejo explicação para travar tudo. Eu entendo, deve haver tantos motivos pra desistir de tudo. Eu mesma estava ali em total desanimo, torcendo pra que o mundo acabasse em barranco pra eu morrer escorada. Ah, segunda-feira.

Enquanto o fluxo de veículos não se desenrolava eu resolvi terminar de ler meu livro - você quer mesmo que eu conte qual estava lendo? Te dou um doce se você adivinhar. Claro que era da Marthinha, não precisa nem ser muito gênio para chegar a essa conclusão.

Foi quando comecei a sorrir sozinha e o que era apenas uma leve abertura labial se transformou em riso e quando vi já estava completamente mergulhada, viajando na batatinha e escorregando na maionese, tive que me conter para não rir mais e mais. Em plena segunda feira de manhã quem se atreve a ler e ainda por cima ficar dando risada sozinha no ônibus. Eu sei que não sou a única, tem muita gente nos vagões do metrô, por exemplo, se distraindo e encontrando entretenimento em meio a multidão cotidiana, mas ali naquele ônibus, naquela manhã de segunda com transito eu estava sozinha em meus pensamentos, achando um máximo tudo aquilo - as pessoas dormindo, outras me olhando, outras que viajavam mais do que eu.

Foi quando percebi que eu não estava sozinha, estava em ótima companhia, ler aquelas pequenas crônicas me fizeram um bem danado, me fizeram refletir um pouco mais sobre a conexão entre as pessoas, me fizeram dizer um "muito obrigada" interno e silencioso, mas com uma alegria tão grande, tão bonita, tão verdadeira, que creio que mesmo passando muitos e muitos anos esse momento e alguns outros ficarão pra sempre na minha mente.

Como vocês sabem não acredito no "para sempre", mas acho que a eternidade, um dia talvez, me explique todas essas sensações e mesmo que o "silêncio nunca me perdoe por ter dito que te amo" - assim como disse a banda Reação em Cadeia em uma de suas músicas, mesmo que eu tenha me tornado vitima de mim mesma, das minhas próprias frases, da minha própria consciência, ainda assim vou continuar tentando entender a minha vida, mesmo que as conclusões não sejam nada conclusivas.

Foi assim, ao som dessa música e com o término do livro que mais um dos meus dias teve início - aliás, teve início muito antes, e eu nem havia me dado conta, que foi quando li a frase que tenho colada ao lado da porta da entrada de casa: "...agradeça, hoje é um dia que pode mudar sua vida...".

sábado, 2 de novembro de 2013

Parque de diversão

Playcenter? Ainda bem que fechou. Hopi Hari se dependesse da minha visita nem teria aberto os portões. Sou pateticamente medrosa, montanha russa? Só de pensar naquele carrinho em altíssima velocidade me jogando de um lado pro outro fazendo meu coração chegar na garganta e voltar, credo, prefiro ficar no carrinho de bate bate com as crianças, mil vezes mais minha cara.

Já andei em montanha russa, praticamente obrigada, só pra saber qual era a sensação, mas antes mesmo de ir já sabia que não ia gostar, já fui também naqueles "elevadores" que despencam de sei lá qual altura, é deliciosa a sensação quando se chega lá embaixo depois da queda, todos saem com um sorriso no rosto inevitavelmente, mesmo que durante alguns segundos tenha sido só medo e angustia, a adrenalina no final fica a mil.

Não excelentíssimo juiz, sou réu confessa, diversão pra mim só embaixo dos lençóis e com uma dose de vodca ou tequila pra ajudar, o senhor sabe como é nessas horas, a "cabocla" - a famosa neura, aparece e trava a gente, uma música também ajuda, mas depois de alguns beijos no pescoço a dita cuja da cabocla fica quase que totalmente exorcizada.

Quer me punir? Me mande pular de para quedas, prefiro dançar o tchan e descer na boquinha da garrafa, mas essa tal sensação de voar, de liberdade, de vento na cara, deve ser única e inenarrável, mas não obrigada.

Diversão pra mim é rock n roll, é pop, é ir ao cinema, é ler, é dormir, é comer, posso até dizer que é ir a academia, é qualquer coisa dessas bem normazinhas, do cotidiano, que quase todo mundo faz e que com o passar dos dias perde até um pouco do encanto e da graça, mas ainda assim prefiro essas trivialidades, não sou adepta de emoções demais, a única adrenalina da qual ando me permitindo - e seria até crueldade não aproveitá-la, é escrever, é aqui, nessas linhas, que a imaginação se desperta, os personagens nascem, a criatividade - ou a falta dela rola solta, que eu tiro a blusa, abro o zíper e deixo as coisas acontecerem.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Halloween

Hoje eu poderia escrever sobre tantas coisas, aliás, já escrevi e apaguei tudo, hoje nada me completa.

Sabe os dias em que você nada sabe? Ô fase! Pior que nem é inferno astral e nem nada, deve ser frescura feminina.
Dor existencial vai ver, crise temperamental, não sei.

Poderia discorrer sobre o amor que pode existir apenas em ver um filme, em ouvir uma música ou em beijar uma boca, mas também não estou para essas firulas.

Poderia falar sobre os homens, a presença e a falta deles ou sobre as complexidades e as incompatibilidades dos gêneros, mas para hoje é muito vago.

Poderia dizer também sobre as confissões ditas num divã, sobre as loucuras pensadas em instantes ou quem sabe sobre as experiências vividas pelos poucos lugares que passei, mas hoje nada disso agrega.

Poderia contar sobre a minha família e de como não gosto de samba, mas adoro as reuniões com churrasco que sempre rolam ao som de um cavaco.

Poderia escrever logo sobre o que interessa hoje: o saco cheio! Vai, confessa, você também fica assim e até mais vezes do que gostaria e pior, sem motivo, ou pior, arranja qualquer motivo esdruxulo só para se achar no direito de estar em tal situação.

É péssimo; querer ficar bem mas ao mesmo tempo não querer; - querer apenas ser tele transportado para uma ilha deserta, mas deserta mesmo, contanto que não demorem muito para me resgatarem, pois ficaria desiludida em saber que ninguém sentiu minha falta e começaria a ter delírios com algum moreno bonito.

Lá vem você com essa conversinha que sempre incluem homens, de novo, é o que podem me dizer. Tudo bem, só por hoje me deixe nessa ilha, esticada numa espreguiçadeira, com o meu chapelão e uma água de coco.

Mas calma lá, essa história é parecida com a do outro texto, aquele do titulo "Por um dia".

É diferente minha gente.

Naquele texto e naquele dia a questão não era o "saco cheio", lá a história se passava em um dia qualquer e não em um dia em que o humor esteja à lá Halloween.

Posso voltar com a história de haver um homem nessa tal ilha e fazer uma alusão ao filme que assisti semana passada? Se não puder, vou fazer do mesmo jeito.

Só dessa vez trocaria um moreno por um loiro, tudo isso porque assisti ao filme "Meu passado me condena" com o Fabio Porchat - perfeitamente imperfeito, real e não ideal, por quê?

Não é o típico homem bonito mas tem charme (tem barriguinha e mulheres com homens desse tipo são mais felizes - em qualquer outro momento escrevo sobre essa teoria maluca, ou não tão maluca assim).

Não é do naipe dos intelectuais mas é divertido, só há um porém, será mesmo que é gay?

Se for mesmo vou voltar a pensar em correr na orla do Leblon pra ver se cruzo com o Cauã Reymond! O que, vai dizer que você não sabe que ele tá solteiro?! Você acha que eu entrei na academia pra quê criatura.

domingo, 27 de outubro de 2013

Por um dia

O que você faria? Quem você seria? Para onde iria? Por um dia se pudesse.

Eu iria pra Itália, sozinha, ficaria numa casinha, lendo, escrevendo ao som de Van Halen, mais precisamente ouvindo Can´t Stop Lovin You, provavelmente seria uma das músicas, haveria várias outras, claro, mas essa me lembra que amo e isso me faz viva.

Mas eu gostaria de poder voltar depois também, porque se não puder voltar não quero ir sozinha, quero poder estar acompanhada de mais alguém além de mim mesma. Posso passar umas férias, uma temporada comigo, mas se for pra escolher os demais dias escolho estar junto de alguém que não seja apenas eu.

O amor humaniza, é o que sinto, o amor tem mais a ver com leveza do que com peso, amar alguém não é um fardo, amar a si mesmo não é um problema, ao menos não deveria ser. Apesar de que tem muita gente que transforma o amor próprio em doença.

Não entendo como possa ser possível transformar algo bom em algo ruim, mas deve ser da nossa linda espécie mesmo, temos o péssimo dom de destruir quase tudo.

Amar nos torna mais próximos uns dos outros, mais próximos da realidade apesar de muita gente se referir ao amor como ilusão.

Ilusão ou não isso também não importa, o texto de hoje é pra fazer referência ao improvável, algo que faríamos por um dia se pudéssemos.

Tem gente que ficaria sentado no banco da praça, tem gente que nem sairia de casa, tem gente que sairia andando sem rumo, tem gente que resolveria falar tudo o que pensa mesmo não tendo ouvintes, tem gente que sairia abraçando, beijando, e deve ter gente que até sairia matando - os extremos existem e não precisamos nem ir muito longe para encontrar gente diferente. Deve ter um sentado ao seu lado no trabalho e você nem saiba, mas isso também são outros quinhentos.

O devaneio de hoje é poder ir à qualquer lugar, com qualquer pessoa e a qualquer momento e fazer qualquer coisa, já pensou? Maravilhoso ou assustador?

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Mar de Rosas

Não sei de onde surgiu a expressão "mar de rosas", sei que dizem que se assemelha à algo tranquilo, mas sei que nenhum relacionamento é muito parecido com isso e então não entendo o porque da vinculação de uma coisa com a outra. Imaginemos as relações e seus altos e baixos tão comuns, lembra mais um mar daqueles que estamos acostumados a ver nas praias - hora com altas e revoltas ondas, hora apenas uma marola.

Viver um relacionamento mar de rosas deve ser chato e entediante, nada nem próximo ao que o mar representa pelo salgado da água ou pela amplitude e magnitude que se impõe. Já sei, não gosta da água salgada, tudo bem, faça o seu relacionamento uma piscina, um lago, ou qualquer coisa, mas jogar rosas no mar e achar que isso seja a tradução do amor, pra mim é besteira.

O mar pode ser perigoso, pode ser gostoso, pode ser libertador, pode ser encorajador, pode ser renovador. Cada um tem as suas próprias impressões e sensações - para alguns talvez represente paixão e para outros o amor.

Quem sabe não seja os dois. É possível encontrar em apenas uma simbologia o significado para sentimentos diferentes? Mas paixão e amor são diferentes?

Ao menos foi assim que sempre nos ensinaram e é assim que aprendemos, da mesma forma que eu aprendi que mar é de água salgada e qualquer coisa diferente disso é enganação.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Coagulação - continuação

O texto de ontem causou certa movimentação, me disseram que a recuperação de uma perda demanda tempo sim e o que foge a essa regra é insensibilidade por parte da pessoa. Ok, se até um cortezinho que parecia de nada às vezes precisa de ponto, se uma bolha no pé por causa de um sapato demora uma semana inteira pra secar e se tudo isso são apenas questões físicas, imaginem só as emocionais, posso imaginar a perplexidade de alguns pela rápida recuperação do outro e não me excluo do grupo dos que choram litros quando sofrem e perduro por um tempo com a dor que parece sem fim.
 
Também me levantaram a hipótese de que homens quando amam demoram mais tempo para se desligarem de suas parceiras, mesmo quando se envolvem com outras pessoas ainda assim não mais serão os mesmos depois de terem convivido com alguém. Então fiquei com a impressão de que as mulheres são mais bem resolvidas nesse quesito. Apesar de sabermos que ninguém pode passar ileso de um relacionamento, nem homens, nem mulheres, sempre levamos algo da pessoa, nunca mais seremos os mesmos com certeza.
 
Bem resolvidas eu não sei se é a palavra, mas talvez, só talvez, as meninas cresçam acreditando em príncipe encantando e quando descobrem que o amor vai além do encantamento passam a ser mais “fortes” e com isso conseguem superar de forma um pouco menos marcante seus relacionamentos, talvez se tornem mais flexíveis e elásticas, se adaptem, enquanto os homens, talvez, por serem sempre protegidos demais por suas mães no final acabam tendo um apego maior em seus relacionamentos, o que torna o desapego algo complicado.
 
Ou seria todo o inverso?
 
Esse texto de hoje é feito apenas de muitas hipóteses, não tenho nenhum caso verídico para citar, até pelo contrário, as mulheres que conheço sempre se mostram perdidamente apaixonadas e com isso me fazem crer que qualquer perda pareça irreparável, mas vai ver no fim das contas não seja nada assim. Talvez o amor se desfaça da mesma forma que nasce, de repente, do nada, por alguns motivos e sem nenhuma explicação.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Coagulação

Quem já foi submetido à algum procedimento cirúrgico ou já acompanhou alguém que tenha sido operado sabe que um dos exames pré-operatórios é o de coagulação, ou seja, quanto tempo dura o sangramento na pessoa. Eu nunca precisei realiza-lo, mas creio que se fizesse, o resultado seria dentro do esperado, afinal sempre que me corto a cicatrização é rápida, o mesmo não posso afirmar assim tão facilmente para a cicatrização de outros traumas além dos físicos.
 
Os ferimentos emocionais, esses não tem um exame que lhe dirá: seu nível de superação é ótimo, dentro de 3 dias você estará novinho em folha ou infelizmente você sofrerá horrores, ficará dias comendo bombons estirada no sofá como se o mundo tivesse acabado. Exagero? Quem já gostou muito de alguém e no final não deu certo, quem já perdeu um parente querido, quem já confiou em uma amizade e depois descobriu que aquilo não era nem colega, sabe do que estou falando.
 
Algumas pessoas tem tendências absurdas em prolongar o sofrimento, sei de gente que se abala tanto que nunca mais consegue engatar um relacionamento natural, sempre fica com um pé atrás, sempre encontra motivos para achar que há algo de errado e nessa onda de traumatizado continua sofrendo pelo resto dos dias, em contra partida tem outro bando de gente que chora durante uma semana e pronto, luto encerrado, fica naquela de ouvir músicas de fossa e quando menos se espera é como se nada tivesse acontecido, a pessoa está lá de pé, sorrindo e até saltitando.
 
- Nossa amiga, a Mariazinha me contou do fim do seu namoro, que coisa, dez anos juntos e de repente termina assim, imagino o quanto você esteja mal.
- O que menina, isso foi no final de semana passado, não vou negar que fiquei mal, mas já estou pensando em aceitar o convite do Pedro pra sair, lembra dele?
 
Pois é, como pode, como explicar tamanhas diferenças. Para alguns pode até parecer surreal, mas não é.
 
Pessoas insensíveis essas, parece que nem sentem nada, não acha? Eu não acho, é só mais uma prova de que somos realmente muito diferentes e de que achamos ser possível quantificar e qualificar os sentimentos das pessoas por uma reação a determinado acontecimento. É impossível dizer que alguém que fique meses, anos, chorando sofra mais que alguém que uma semana após a dor esteja sorrindo, claro que as consequências em cada um é diferenciada e quem sofre por mais tempo pode desencadear outros problemas em comparação com quem tem mais facilidade em resolver suas amarguras; agora dizer que a dor de fulano é menor do que a de beltrano porque cada um tem um determinado tempo de recuperação, não é uma das melhores análises.
 
É claro que no primeiro momento eu acharia estranho ter vivido, por exemplo, tanto tempo com alguém e saber que logo após o término, o dito cujo já fosse visto sorrindo e feliz com outra pessoa ao seu lado, mas ao mesmo tempo não gostaria de saber que a mesma intensidade de amor vivida se transformou em sofrimento quando chegou ao fim. Como se precisássemos ainda de uma prova de que tudo aquilo que foi vivido realmente valeu a pena, pois nada que tenha sido verdadeiro, forte e duradouro se encerra de um dia para o outro.
 
Não de um dia para outro, concordo que leva tempo para laços se desfazerem, agora quanto tempo deve levar, isso não tem relação com o que foi vivido e sim com a personalidade de cada um.
 

domingo, 20 de outubro de 2013

Será que sou só eu

Tenho um problema, tá bom vai, um não, tenho vários, mas do que estou falando é que gesticulo muito, falo com as mãos e não é na linguagem surdo-mudo.

Se estiverem falando comigo e me algemarem emudeço na hora é como se um flash passasse na minha cabeça e me fizesse perder o foco total do que estava pensando e falando.

Minha ex terapeuta me consolava dizendo que isso é uma coisa tão comum - até hoje me pergunto se ela só dizia isso porque eu pagava ela e porque essa era a função dela de não me deixar mais traumatizada, oras, afinal todo mundo tem suas esquisitices, ou será que sou só eu? Acho que não né, eu só preciso aceitar as minhas, afinal nem é de todo ruim falar com o corpo todo, ou será que é?

Não sou paranoica, bitolada ou neurótica, às vezes, até acho graça e me divirto quando alguém comenta ou eu mesmo me vejo exagerando nos movimentos.

Também tenho o costume de olhar longe enquanto falam comigo e normalmente as pessoas sempre olham pra trás na expectativa de encontrar algo ou alguém que esteja chamando a minha atenção, em vão, não fico observando nada ao redor, se me perguntarem se eu vi aquele carro vermelho que acabou de passar vou dizer que não e a pessoa vai ficar indignada questionando como eu não vi se estava olhando pra lá! Sorry.

Enquanto falam comigo eu normalmente sorrio, e não só nessas horas, quando fico nervosa, sem graça, em fotos, em quase todos os momentos, é perturbador viver arreganhando os dentes pois os observadores sempre tiram alguma conclusão de um sorriso largo - ainda bem que na maioria das vezes seja uma boa impressão (ninguém sabe o que existe por trás de um sorriso perfeito).

Esses dias até recebi um elogio dizendo que o meu sorriso é bonito, obrigada, modéstia parte eu também gosto, porque quase sempre ele é natural; não sei ser eu se não estiver com o sorriso aberto.

Já me viu de cara amarrada? Não queria, é um horror, dizem que fico com cara de poucos amigos.

Esses dias uma tia minha veio em casa e me dedurou pro meu marido: "olha, desde criança quando eu a conheci ela sempre foi assim, quando eu chegava, lá vinha ela toda sorridente". Ainda bem que não comentaram das minhas gesticulações - eu peguei um copo na mão e não larguei mais, senão com certeza eu teria me entregado.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Praga de amiga pega

É como eu sempre digo: qual é a graça se não tiver emoção?!

Você está com metade da mudança prestes a começar a instalar as coisas na casa nova quando de repente descobre que não ligaram a energia elétrica justo no seu apartamento.
Você resolve fazer a faxina geral no tal novo apê quando fica trancado pro lado de fora porque a fechadura emperrou.
Você volta da viagem de lua de mel louco pra tomar um banho e descobre que a ducha cara que você comprou queimou.
Fala a verdade, o problema é comigo, sou eu a "zica" em pessoa. Isso porque só estou relatando os últimos causos, se for começar a lembrar de tudo vou realmente ter que escrever um livro.

Tudo isso para dizer que hoje a urucubaca me visitou novamente - danadinha, fazia tempos que não dava o ar da graça, mas a culpa de tudo o que aconteceu hoje é praga de amiga, só pode. Dizem que praga de mãe pega, mas de amiga também, tenho certeza.

Sexta-feira o dia começa ensolarado e ao que tudo indica o dia será bom. Será?

Eis que você resolve avisar a sua amiga que não vai almoçar com ela, pronto, o céu em milésimos de segundos se fechou e o mundo desabou em água e vento. Eu que só queria chegar ao meu destino fiquei praticamente ilhada, frustrada, revoltada, voltei ao trabalho com fome e com o povo tirando um barato da sua cara porque você sai linda e maravilhosa e volta uma legítima requenguela, com o cabelo desmilinguido de tanta chuva, a blusa encharcada e a sapatilha fazendo "ploft" "ploft" a cada passo que você dá.

Se isso está parecendo engraçado, pode rir, porque é mesmo - tem que ser engraçado pra não ser desgraçado, mas saibam que na hora eu fiquei "p" da vida, perdi a vontade até de comer e passei o resto do meu dia a bolachas de água e sal e chá doados pelas colegas de departamento.

Outra coisa que eu sempre digo: eu sempre encontro anjos no meu caminho. As coisas poderiam ter ficado piores se um colega de trabalho não tivesse aparecido pra me dar uma carona de volta embaixo do seu guarda chuva - quem conhece Alphaville sabe que eu jamais encontraria um ambulante sequer para me socorrer em uma hora dessas, e mesmo se existisse algum, duvido muito que ele me venderia um guarda chuva a fiado.

Sendo assim, fico devendo os dez reais cobrados pela carona de volta e chego a constatação de que São Pedro não vai com a minha cara (tenho vários assuntos mal resolvidos com ele), ou que sexta feira 13 é dia de sorte e o que dá azar mesmo é a sexta feira 18 ou que eu não devo sair de casa de blusa rosa.

Para encerrar a sexta feira, volto para casa sob a mesma chuva repentina, que mais uma vez em um só dia, me pegou desprevenida e despercebida.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Sua Culpa

Hoje eu estou bem e uma parte disso é culpa sua; culpa da sua presença, das suas frases, e da sua simples existência.

Um dia eu te dei um presente, algo palpável, para ser guardado ou para ser usado até a última gota. Jamais imaginei que o presente maior seria meu, ele não veio necessariamente de uma vez, com uma cor e um tamanho e para alguma utilidade específica - é um presente que acontece a cada dia, é de uso contínuo e infinito, acho até que uma vida só é pouco para tamanha experiência.

O que a gente aprende ninguém nos tira e cada dia bom apaga um pouco dos ruins e cada recordação é a forma mais singela de dizer: "você está o tempo todo por aqui", porque a memória se eterniza, por isso, um presente assim vai ficar pra sempre.

Ter com quem contar nesse mundão (ou mundinho) é maravilhoso, podemos conquistar muitas coisas sós, mas conseguimos ainda mais quando temos alguém junto.

Ser o sorriso no rosto de alguém é o maior presente que podemos oferecer e receber.
Sou eternamente grata - sei que posso cair muitas vezes, mas aprendi que sempre posso me reerguer.

Sei que posso me aborrecer, sei que posso querer brigar e até te xingar, mas sei que nada disso é pra ficar é só esperar alguns instantes pra eu voltar a me alegrar.

sábado, 12 de outubro de 2013

Primeiro ano

Nem de longe somos o casal que termina a frase um do outro ou que sabe tudo o que o outro está pensando e nem gostaria disso, somos casados, mas não nos fundimos e viramos uma coisa só.

Nem adianta também querer atestar a compatibilidade me fazendo àquelas perguntas triviais como: qual o filme preferido? e a música, a comida, a cor predileta.

Cor? Qualquer camiseta que eu dou, independente da cor, ele usa. Música? Fico feliz de após seis anos de convivência ele tenha sintonizado uma rádio de rock no rádio do carro e hoje nem preciso mais vasculhar o celular pra saber se ele andou escutando nativa (desculpem-me pelos lados podres, mas eu tenho que contar). Mas só pra isso mesmo que recomendo mexer no celular alheio, o que não é meu, sinceramente não me interessa - privacidade é bom e todo mundo gosta, e individualismo não é egoísmo é apenas respirar sem ter que avisar.

Bom, já contribui bastante nesse relacionamento, além do gosto musical consegui fazer com que a pessoa tomasse gosto pelos livros (hoje posso passar horas na livraria sem me sentir a chata e ter que ir embora correndo), a sensação é de missão cumprida (e comprida também), sou eternamente feliz por ter tornado esse ser humano melhor - ao menos dentro dos meus níveis de apreciação.

Continuemos. Prato preferido? Tirando a pizza? O estrogonofe de frango que eu faço, antes dele não sei se ele tinha alguma predileção.
Quanto ao quesito dos opostos se atraem, tem que ter um equilíbrio senão nem com muito amor pra aguentar muita oposição e sim um dos lados uma hora ou outra vai ter que ceder - nem vem, eu sou de touro teimosa feito uma mula empacada.

O tempo passa rápido e é por isso o motivo do texto de hoje - compartilhar esse quase primeiro ano (falta uma semana).
Se muita coisa mudou? Não pra mim. A coisa mais chata? Quando você não quer olhar pra cara da pessoa depois de uma discussão e ali está ela ao seu lado no sofá.

A parte boa? Fácil. Virar pro lado na cama e se esbarrar na pessoa, levantar e perceber que além do seu chinelo tem mais um par em cima do tapete do quarto, se deparar com a toalha molhada em cima da mesa de jantar, em cima da cadeira, em cima da poltrona, em cima do sofá - ela só nunca apareceu dentro do armário da cozinha, ainda! Por que isso é bom? É sinal de que a pessoa está ali com os mesmos defeitos insuportáveis e que você vai reclamar e que não vai adiantar em nada.

Para quem não gosta dessa estabilidade não case, para quem não quer chegar ao nível de intimidade suprema nem tente. Para quem acha que tem um namorado carinhoso, bonzinho e acha que isso é sinônimo de romantismo nem se iluda, vai chegar o dia em que o fulano vai esquecer alguma data importante ou não vai fazer àquilo que tanto te agrada e isso é só uma das consequência do tempo.

Tem coisas que nem sempre mudam e claro, as pessoas são diferentes, mas em se tratando da maioria e em se tratando da espécie do sexo masculino não espere o ursinho e as flores sempre, mas pode ter certeza que sempre terá um bom ouvinte, pois eles adoram o que a gente fala e sabe por que? Porque eles só escutam durante os dois ou três primeiros minutos da conversa, depois disso podemos falar o que bem quiser que eles vão sempre continuar fingindo que estão prestando atenção em tudo.

Brincadeiras ou verdades a parte, depois disso tudo só constatamos o óbvio: é ruim mas é bom, ou nas palavras do excelentíssimo aqui de casa: "se fosse fácil todo mundo faria".

Essa tal loucura

Já me perguntaram se a vida faz sentido e também já me perguntaram se pensar sobre essas coisas é loucura e então eu me perguntei o que seria essa tal loucura e comecei a imaginar que talvez fosse tudo aquilo que não conseguimos encontrar respostas, tudo aquilo que nos instiga, que nos atormenta e que não conseguimos cessar.

Alguns preferem uma dose a mais, outros não precisam de tanto, mas como dizem -"de perto todo mundo é um pouco louco", e na vida atual a normalidade é o que nos causa mais estranheza.
Acho mesmo que a loucura disso tudo está em esperar que a vida, as pessoas e as coisas tenham sentido sempre, em certos momentos pode até parecer que tenha como pode parecer que não e não precisamos "surtar" pela falta de significados.

Um caminho é questionar-se e um outro é simplesmente ignorar, sei de pessoas que vivem muito bem de ambas as maneiras, como? Para uns, entendimento demais só atrapalha e complica e outros precisam de razões para continuar. Seja qual for a forma que escolhemos conduzir nossos dias eles também não precisam ser uma constante, passamos por ciclos e em cada momento precisamos de algo diferente para nos acalmar ou nos incentivar.

Esses dias tive a oportunidade de ouvir e refletir: "tudo tem uma razão e se parece não ter dê a que preferir" e talvez essa frase caia como uma luva aqui.

A vida é essa tal loucura e essa tal loucura é o que nos movimenta e nessa história toda quem decide como, quando e por que é cada um de nós.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Um peixe, uma gaita e um livro

Às vezes sinto falta da minha guitarra e penso em comprar uma gaita, é melhor do que uma bateria - apesar de estar na lista de coisas pra se fazer nessa vida ainda. Queria um cachorro também, mas como nem sempre querer é poder, ainda mais quando não se vive sozinho, temos que levar em consideração as opiniões do outro, ainda mais quando o outro estaria envolvido diretamente em levar o cãozinho pra passear, fazer xixi e outros assuntos derivados.

A vida sem música é sem graça e a vida sem um animalzinho também - apesar de eu ter passado os últimos e únicos vinte e sete anos da minha existência sem ter tido um e não saber exatamente como é a vida quando se tem um animal de estimação. A música liberta e o animal te prende, ou o inverso, quem sabe.

Ok, eu tive um cachorro que entrou pelo buraco do portão e que saiu pelo mesmo lugar depois de uns dois dias, tive também um passarinho amarelo que caiu no quintal de casa e depois de uns dez dias preso ele morreu. E peixe? Não, peixe nunca gostei, essa história de ficar preso num aquário, nadando em círculos, olhando a vida por um vidro com os olhos esbugalhados me remete muito a nossa realidade.

Já que estou falando sobre essas coisas, está na lista também juntar e aperfeiçoar as crônicas pra montar um livro - que por sinal já tem nome e isso já faz um tempo, mas esse é o máximo que posso dizer, mais do que isso apenas se realmente algum dia tudo isso se concretizar, ai eu conto se aprendi a tocar gaita, guitarra ou bateria, conto o nome do meu cãozinho e o nome do meu livro. Disso tudo o mais difícil de conseguir é o cãozinho podem acreditar.

domingo, 29 de setembro de 2013

Uma xícara de café e uma dose de açúcar

Tem coisas que não mudam, assim é comigo e com você e às vezes parece que é melhor assim. Outra coisa que não muda é a paixão quase que unanime por café; talvez pelo aroma, o sabor, às lembranças e as sensações trazidas em apenas uma xícara ou em um bule todo.

Fico feliz por você estar bem, mesmo sem mim, pois aprendi que somos assim: não inseparáveis, mas bom quando juntos, como isso?
Mais ou menos como uma xícara de café e uma dose de açúcar - um com o outro ou um sem o outro, as duas opções são possíveis e até prováveis.

Há os amantes do encorpado e forte cafezinho depois do almoço, há os apaixonados logo pela manhã e os viciados de todos os momentos, você é assim, a dose ideal para qualquer parte do dia. E eu? A dose de açúcar que às vezes falta e complementa o sabor e que torna uma combinação quase perfeita.
É uma mistura agradável; nem amargo demais, nem doce de menos, se o equilíbrio existe poderíamos tentar encontrá-lo nessa dose, claro que em porções maiores do que o recomendado pode até se tornar prejudicial.

Aos produtores e fabricantes dessas duas joias raras meus parabéns e meu muito obrigado, podem até provar que o excesso dos dois causa males à saúde, e eu acredito, mas a falta deles causa males piores ainda.

Se me permitem mais uma analogia; pra mim a vida sem açúcar equivale a uma vida sem carinho e uma vida sem café algo como uma vida sem emoção.

Tem coisas que são reversíveis, mas depois de uma xícara de café com uma dose de açúcar é praticamente irreversível e irresistível.

Na real, não gosto tanto de café assim, mas na próxima vez que me oferecem uma xícara vou aceitar, com uma dose de açúcar.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Especial

Durante a nossa vida algumas pessoas passam, umas poucas ficam, dentre elas haverá uma ou outra que se tornará importante na sua história e haverá ainda àquela especial, e essa, você só encontrará uma.

E o que é ser especial? Ou o que será que uma pessoa tem de especial? Essa pergunta e a pergunta sobre o que é o amor são coisas de pirar o cabeção de qualquer um. Ora, como se fosse fácil explicar com palavras ou em desenhos, ou em música, ou em qualquer outra forma, o que são essas coisas.

Mas se eu parar e pensar, por alguns instantes a respeito, posso tentar definir o especial como algo único; àquela pessoa especial é a que faz você se sentir especial, é àquela que traz a tona o seu melhor e até o seu pior, porque ser especial com certeza não é dizer que a pessoa não tem defeitos. A pessoa citada pode até ter mais defeitos do que muita gente por ai, e dai? Ainda assim ela continua sendo especial e isso tem a ver com o jeito que ela te olha, com o jeito que ela fala com você, com o jeito que ela anda, com o jeito que ela ri, com o jeito que ela te faz rir, com o jeito que ela te faz pensar, com o jeito que ela te faz ouvir música as três horas da manhã como se ainda fosse três da tarde.

Com a pessoa especial você se sente cheio: de vida, de vontade, de amor.

Ela sana as suas perguntas e te traz mais um milhão, te acalma e te perturba, te conhece e faz você se sentir diferente e único, te faz sentir surpreendente quando o mundo inteiro te acha a pessoa mais previsível da face da terra, ela sabe de coisas que você precisa e nem sequer você mesmo sabia.

A tal da pessoa especial é linda, mesmo não aparentando ter nenhum traço marcante pra mais ninguém, tem gostos comuns e que te parecem exóticos, tem personalidade, tem boa conversa, pensamentos aguçados e tantos outros detalhes que só você vê e mais ninguém.

Enfim, a pessoa que é especial pra você não necessariamente será pra outra pessoa, por isso a pessoa especial não é fácil de achar, mas um dia você cruza com ela por ai e diferente das demais ela vai ficar, porque com certeza vai te marcar.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Encontro

Sábado agora gostaria de estar em apenas um lugar. Qual? Porto Alegre. Por que? Ora, quantas perguntas! Porque haverá sessão de autógrafos da Martinha - ela mal sabe da intimidade que criei ao longo desses sete anos de convivência. Convivência sim, é muito tempo, muitas histórias, muitas fases que já passei e ela me acompanha em todas. Tudo bem que ela mal sabe da minha existência e então a convivência não é mútua, mas ainda assim há alguma conexão entre nós.

A partir dela descobri que gostava de ler mais do que já gostava, descobri que eu poderia escrever tudo o que pensava mesmo parecendo boba, descobri que pensar demais nem sempre é ruim e que as vezes é um caos. Quantos problemas resolvi lendo seus textos, quantas paranoias eu nem sequer crie e tantas outras que eu vivi embalada por linhas de sensatez, embriaguez, emoções que eu imaginava que só eu, apenas eu, um ser mortal qualquer, pensava e vivia - a gente nunca acredita que mais alguém no mundo pensa nas mesmas coisas que a gente, e pior, escreve aquilo que a gente sempre imaginou.

A escrita dela me marcou. O primeiro texto que li, jamais vou esquecer, foi "o permanente e o provisório", foi um divisor de águas, nunca mais fui a mesma depois de ler tudo o que li.

Imaginem que antes mesmo de eu nascer ela já escrevia, são quase trinta anos e vários livros, peças, um filme e muita mais muita inspiração, criatividade e mesmice para ser escrita.

Então, por favor, se alguém tiver um jatinho me empreste, será coisa rápida, afinal quando ficamos frente a frente com quem admiramos a cabeça se enche de ideias, mas as palavras não saem. Falar pra que em um momento desses?! Apenas esticaria a minha mão estendendo o livro para coletar algumas poucas palavras, abriria um sorriso e diria: você é ótima, pena que não te conheci antes.

Martha Medeiros, sim,  uma mulher igual a todas as outras e ao mesmo tempo sem igual, fica a dica, fica o elogio e fica a esperança de que um dia ela venha para São Paulo em um próximo lançamento.

domingo, 22 de setembro de 2013

Um motivo e uma oportunidade

Anteontem você me falou que só precisa de um motivo e de uma oportunidade, obrigada pelas palavras e pelos pensamentos que me trouxe depois disso - nada como ter amigos nessa vida!
As vezes a gente tem uma oportunidade e deixa ela ir embora porque mal percebemos. A oportunidade pode vir de uma conversa entre amigos, da leitura de um livro, de um professor que dá o start em sala de aula, pode aparecer a qualquer momento; seja quando estamos esperando ou não, mas normalmente acontece quando menos acreditamos, quando nos vemos desiludidos é que a vida se manifesta mais do que nunca e as coisas acontecem.
Oportunidades com certeza já tive algumas, desde carreira à amores e chego a conclusão de que a vida é boa mesmo, sempre nos traz o que precisamos na hora certa, mas tudo depende do nosso esforço, nenhum relacionamento é bem sucedido se não entendemos nossos compromissos, senão de nada vai adiantar a pessoa que você esta ser a melhor oportunidade que a vida já lhe trouxe se não conseguimos cultivar isso. E nenhum emprego será bom o suficiente se não houver responsabilidade empregada e entendimento do que é esperado; sem alguns princípios básicos qualquer oportunidade que parece única pode se tornar só mais uma.
O motivo? Pra mim o motivo maior é ser feliz, os demais motivos são mera consequência. Poderia citar aqui mil e um motivos e todos eles resultariam no final feliz tão esperando por todos, afinal acho que ninguém traça objetivos e metas se não for para ser feliz, mesmo que para cada um o significado de felicidade seja diferente.

Eu ainda espero ter certas oportunidades nessa vida e criar muitos motivos pra continuar seguindo, pois sem isso pararíamos no tempo e a vida se tornaria uma flor murcha.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Classificação Livre

Aprendemos ao longo da vida a classificar as pessoas e as coisas: fulano é um máximo, beltrano é um porre, tal coisa é legal, tal coisa é chata.
Fazemos isso também com nossos sentimentos: aquilo que sentia era paixão, era amor, era ódio. Será mesmo que sabemos definir tão bem quanto pensamos?
Todo mundo já deve ter conhecido alguém que não foi com a cara no primeiro momento e depois viraram melhores amigos, achou que o outro nem fazia tanta diferença assim na sua vida e acabaram se tornando inseparáveis.
E por muitas vezes nos limitamos ao tangível, àquilo que podemos definir ou classificar, e fazemos isso com nós mesmos; adoramos encontrar adjetivos que nos intitule, mas no fundo, não sabemos o que realmente somos e o que criamos.
Hoje me acho melhor, mas amanhã descubro que não fui nem metade do que poderia ter sido, ontem fui tolo e hoje descobri que agi corretamente.
O que definimos muda, o que acreditamos se confirma e se desfaz a cada instante, ou seja, a classificação tem que ser livre de pré-requisitos, pré-conceitos, pois classificar é delimitar, é restringir, e acho que ninguém quer viver apenas de acordo com alguns parâmetros pré-definidos sabe-se lá por quem e porquê.

domingo, 8 de setembro de 2013

De ponta cabeça

A vida nem sempre nos leva pelos caminhos que esperávamos passar, mas e dai. É nessa rota "errada" que nos descobrimos, nos perdemos e nos reencontramos.
É no imprevisto que fazemos escolhas e aprendemos a arte da decisão, afinal decidir não é ruim, é apenas difícil quando se é pego de surpresa.

Quando os planos estão traçados, você crê que tem controle daquilo que quer e sabe como irá executar, de repente, o mundo vira de ponta cabeça e pronto, tudo muda; uma hora ou outra mudará.

Quando menos esperamos somos pegos desprevenidos e tudo o que parecia certo e resolvido agora parece que está no início novamente.

A mudança, inesperada ou não, uma hora chega e não há opção diferente a não ser encará-la. Pode até ser que com o passar do tempo você passe a apreciá-la, afinal adaptação exige tempo, seja ele um dia ou uma vida.

Aquilo que tanto programamos, não vingou, como aquela viagem marcada a tempos que teve que ser adiada, aquele filme que você tanto queria ver saiu de cartaz e naquele momento só resta assistir outro, você saiu de casa sem guarda chuva e do nada começou a chover, você ficou admirando "o cara perfeito" por tanto tempo e na hora que ele se aproximou a empolgação passou, você estudou durante tantos anos e agora está trabalhando com outra coisa tão diferente. Você imaginava uma vida regrada daquelas com a ordem cronológica perfeita: namorar, casar e ter filhos e ai está você: sozinha, rindo, sofrendo e curtindo.

Cá entre nós, todos os caminhos que percorremos até aqui tem um significado, passamos a encontrar e dar razões naquilo que a vida nos mostra e nos oferece e então já está mais do que na hora de aceitar as reviravoltas que o mundo dá e ainda continuar sorrindo.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Falando a verdade

Eu vou falar, não que o que eu tenho a dizer agora faça alguma diferença e nem é nenhuma novidade: eu sou reservada, fechada, introvertida ou qualquer outro nome que queiram dar. E isso é bom, ao menos para escrever - é no silêncio das ideias que se forma muito do que escrevo.

Mas tenho aprendido que o único meio de sair da defensiva é falando; afinal somos diamantes brutos sendo lapidados a todo momento e esse aperfeiçoamento se faz pela socialização, pela afetividade e pela honestidade.

Ninguém cresce melhor enterrado em seu próprio mundo - o que fica guardado dentro de cada um não evolui, não contribui, não modifica, não liberta. Precisamos ser realmente humanos e isso nos compete amar, respeitar e estabelecer laços e vínculos, mas normalmente isso nos assusta e nos coloca desprevenidos, afinal ninguém quer se sentir vulnerável.

Só que muitas vezes o que nem notamos é que mesmo trancafiados a sete chaves somos e estamos vulneráveis.

Quando colocamos a armadura assumimos uma posição de combate quase sempre desnecessária e rude, onde a ideia de força fica perdida escondida dentro de nós mesmos. Somos fortes quando assumimos nossos defeitos, nossos valores, nossos amores e desamores.

Não é fácil assumir uma porrada de coisas certas e erradas que fazemos e é mais difícil ainda expor nosso interior, ainda mais quando a maioria das pessoas não está acostumada com ele, ai sim nos  sentimos a mercê de comentários, olhos e sorrisos maldosos, mas tudo isso é uma questão de hábito.

Enquanto continuarmos nos programando a não nos envolvermos, continuaremos parecendo bobos com nossos pensamentos e sentimentos, mas quando assumirmos as rédeas de nós mesmos poderemos falar o que pensamos sem tanto medo da censura e a partir dai abriremos uma oportunidade para um outro caminho: mais sincero, mais amplo, mais leve, ou seja, mais agradável.

domingo, 1 de setembro de 2013

Bobagem

Pense em uma bobagem.
Pode ser uma que você disse para alguém ou  que você tenha feito e que se arrependeu, ou não.
Pense em outra. Vamos lá, eu sei que você tem várias ai é só pensar um pouco mais.
Pode ser uma que te faz sorrir, que te faz gargalhar, que te faz emudecer.
Pode ser aquela que você contaria pra todo mundo ou aquela que você não contaria nem sob tortura.
Viu?! Sabia que você ia lembrar.
Agora a pergunta é: você ainda se permite a fazer e falar bobagens?
Se você pensou e chegou a conclusão de que faz tempo que não comete uma, melhor repensar os últimos acontecimentos, melhor colocar o filme da sua história pra rodar e tentar descobrir em que parte o vídeo travou.
Sim, tem horas que a nossa vida trava, mesmo você continuando em movimento é como se tivesse dentro da mesma cena, ela se passa todos os dias, com as mesmas pessoas e nos mesmos lugares e isso não é de todo ruim, assim como uma bobagem de vez em quando também não é um assassinato a moral e aos bons costumes.
Bobagem é agir sem formalidade, é agir de acordo com o que se sente e não só com o que se pensa, é agir com espontaneidade, é ser jovem sem ser imaturo é ser livre e preso, e tudo isso ao mesmo tempo.
Bobagem é perder tempo com irrelevâncias e ganhar o dia sem querer.
Bobagem é sentir saudade e telefonar.
Bobagem é atravessar a rua sem precisar.
Bobagem é criar motivos para encontrar alguém mesmo sem um objetivo muito claro pra isso.
Bobagem é elogiar e nem por isso se envergonhar.
Bobagem é admirar.
Bobagem é abraçar quando se quer, não apenas quando se precisa.
Bobagem é querer perder a hora só pra ficar na cama um pouco mais.
Bobagem é colocar uma música enquanto toma banho e depois enquanto toma o café.
Bobagem maior é amar, que faz a gente se entregar, se escancarar, se decepcionar e ainda continuar e mesmo que sem expectativa alguma ainda nos faz feliz; feliz simplesmente pelo fato de amar.

sábado, 24 de agosto de 2013

Precisar

Você não precisa se embriagar para se sentir feliz, não precisa de histórias de amor para amar.
Não precisa enxergar alguém pequeno para se sentir grande, nem alguém fraco para se sentir forte.
Não precisa acreditar na realidade para sonhar.
Não precisa de mais do que já tem.

Você precisa acreditar em mim, em você e na gente.
Você pode desconfiar e criar milhões de motivos, enquanto eu só preciso de um.
Você pode falhar e consertar.
Você não precisa mudar, apenas se moldar ou se acostumar e se desacostumar.
Não precisa entender, só precisa saber.
Deixa viver.

Será que você precisa me ver bater à sua porta?
Ou ouvir o seu telefone tocar?
Será mesmo que eu preciso te dizer tudo isso?

Você não precisa esperar ser alguém diferente do que já é.
Não precisa juntar livros ou colecionar discos.
Não precisa guardar tanta coisa e nem jogar tudo fora.

Você pode apenas precisar de uma música pra ouvir tocar.
Ou de uma foto para lembrar e uma carta pra se apegar.

Se o tempo passar, a distância mudar e a saudade continuar.
Pode acreditar.
Você precisa de mim e que eu também preciso de você.
Pode contar.
E mesmo que algum dia pare de precisar, ainda assim vou te amar.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Mudar de sonhos

Um dia eu acordei e decidi esquecer a sua ausência.
De verdade, eu não acreditei que pudesse passar.
Ai você olha pra sua vida e tenta acreditar que pode sim passar.

Não adianta esquecer seu rosto.
Tenho que esquecer meus pensamentos.

Eu já deveria saber assim que vi o seu sorriso.
Ele não era pra se lembrar.
Era pra se guardar.
Lembrar do seu sorriso me confunde.

Mas enquanto eu tiver o seu ombro pra encostar.
Eu posso acreditar que o mundo vale a pena.

Eu preciso mudar de sonhos.
Eu preciso mudar de história.
Eu preciso ser gentil com meus erros.
E preciso não acreditar que você possa me ajudar a corrigi-los.

Eu já deveria saber que não conseguiria andar ao seu lado sem me sentir estranha.
Eu já deveria saber.
Mas enquanto eu tiver o seu ombro pra encostar...
Eu não precisaria mudar de sonhos.

domingo, 18 de agosto de 2013

O Caso

Preciso confessar: tenho um caso. E não é qualquer caso, é um caso que vem de muito tempo e acredito que vai ser assim para a posteridade. Todo mundo tem um, seja as escondidas ou até mais aberto.
É amor e ódio, é um compromisso que não se desfaz, não adianta lutar para ir contra porque sempre vem de encontro.
Todo dia é assim e mesmo assim nenhum dia é igual. Não me deixa, me perturba, me muda e me satisfaz.
Meia dúzia de palavras não basta, mas nem um milhão podem descrevê-lo.

É assim esse meu caso comigo mesma, é uma relação gostosa e prazerosa, às vezes.
Tem horas que me enlouquece, todo caso é assim; cheio de sonhos e mistérios.
É divertido - um caso que se prese tem que ser divertido senão fica difícil mantê-lo.

Ao contrário do caso proibido visto como adultério, esse meu é totalmente permitido, respeitoso e sincero, é ele que me faz abrir e fechar os olhos, a mente e o coração, todos os dias, me faz escutar música no rádio e me faz chorar ou  rir de acordo com meu estado de espírito. Não depende de ninguém além de mim, apesar de incluir muitas outras pessoas.

Manter esse caso é manter acesa a vontade, a necessidade e a satisfação.
Me mantêm inquieta, me traz descobertas e me revê-la. Cada dia posso ser mais - nesse meu caso posso ser quem eu sou, sem legendas, sem censura e sem explicações.

Manter esse caso consigo mesmo é um caminho para manter um caso com a vida, se não conseguimos ser felizes com nós mesmos não conseguiremos com mais nada ao nosso redor.

domingo, 11 de agosto de 2013

Às vezes

Às vezes fico quieta - estou pensando em você.
Às vezes não durmo - estou pensando em você.
Às vezes nem vejo as horas passar - estou pensando em você.
Às vezes fico triste e feliz - estou pensando em você

Só às vezes.

E o que era só às vezes, às vezes vira muito.

Muito pra mim é pouco, mas esse pouco às vezes é muito.

E nessa história de muito e pouco e de às vezes, surgiu o quase sempre e o quase nunca.

Quase nunca me esqueço.
Quase nunca percebo.
Quase nunca sei.

Quase sempre é a mesma coisa.

A vida é música

Aprendi a coar café, cozinhar arroz e temperar feijão, mas não aprendi a lidar com o coração.
Aprendi a fazer piada dos próprios problemas, mas não sem antes me chatear.
Aprendi a lidar com a saudade que as vezes invade.
Aprendi que é melhor ter insônia por amor do que por preocupação.
Aprendi a dizer não mesmo querendo dizer sim, mas as vezes escorrego e digo sim quando deveria dizer não.
Aprendi o que todo mundo já sabe e o que mais ninguém imagina.
Aprendi a imaginar, criar e realizar e principalmente aprendi a amar e respirar, os dois consecutivamente e na maioria das vezes em total desordem e desalinho.
Aprendi que a vida é bela e as vezes fera.
Aprendi que a vida é música.

A vida não é compassada, não há um regente à frente para coordenar e mostrar como seguir e o que fazer, por isso as vezes não vemos nenhuma coesão e muito menos a menor coerência, mas ainda assim a banda toca e a orquestra não deve parar.

Dizem que a vida é a maior empresa do mundo, dizem também que a vida é um palco de teatro que não permite ensaios, aproveito para dizer que a vida é uma música, que nasce de uma inspiração, se desenrola com um refrão e ao fim sempre nos traz algum tipo de emoção e recordação.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Cuidado, frágil

Tem gente que parece frágil e não é, tem gente que parece rude e não é.

O  íntimo das pessoas é tão bem camuflado que podemos deixar de conhecer pessoas interessantíssimas ou até mesmo ter o desprazer de colocar alguém que não gostaríamos em nossas vidas. Que aparências enganam, isso a gente já tá cansado de saber e mesmo assim nos enganamos.

Quem nunca acreditou em alguém que não devia? Quem nunca se iludiu com uma frase bem montada ou uma cena bem armada?

Poderia dizer que passamos a vida toda enganados, mas não acredito piamente nisso, que o mundo em sua maioria das vezes parece promíscuo, isso é fato, mas ainda assim não perdi totalmente a vontade em acreditar nas pessoas e no poderoso poder dos sentimentos.

Espero que o parágrafo anterior não tenha soado a sentimentalismo demais, porque em se tratando de sentimentos bons estamos cada vez mais órfãos.

Órfãos sim; há quanto tempo você não vê um sorriso aberto com os trinta e dois dentes na sua frente?!

É mais comum ver pessoas esconderem o que realmente sentem ao invés de estarem se expressando, é mais comum ver cada vez mais gente com fone de ouvidos e menos sorrisos, é mais comum ver pessoas disfarçando pra não ter que cumprimentar alguém.

Estamos fugindo, não estamos mais acostumados a ser tratados bem; gentileza, delicadeza e sutileza andam ficando para trás. Já não sei mais se um sorriso e um abraço são formas sinceras de afeto, pessoas sensíveis estão em extinção, por isso quando vejo alguém que parece frágil e legal, logo penso: cuidado, perigo!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Quebrando barreiras

Percebo que algumas coisas mudam, outras nem tanto e outras quase nada, é assim com as pessoas, com os sentimentos, com as opiniões.
 
Ainda bem, prefiro nem imaginar como seria se nascemos e continuássemos com tudo igual.
 
A essência das coisas não muda muito, quase todo mundo trabalha ou encontra alguma ocupação, quase todo mundo resolve encontrar alguém na vida - pra na hora em que levantar da cama não ver apenas um par de chinelos, quase todo mundo tem objetivos e anseiam bens materiais, buscam um caminho espiritual e etc e tal.
 
Mudamos de roupa, de endereço, de cor de cabelo, de olho, de corpo, de religião, de emprego, de namorados, de tanta coisa que nem sei mais pra enumerar.
 
Já falei sobre mudanças também e então não quero me prolongar, mas é que hoje voltei a pensar em como as vezes não mudamos em nada, somos os mesmos inquietos, tímidos, sorridentes e ranzinzas. Pessoas vem e vão, opiniões se formam e se desfazem e continuamos com as mesmas manias, as mesmas pieguices, convictos sabe se lá do que.
 
No fundo buscamos padrões para nos apegar e tem gente que acha que pulando de paraquedas, por exemplo, vai estar quebrando barreiras, sendo que continuam procurando os mesmos tipos de pessoas, andam pelas mesmas ruas, se opõem muitas vezes em assumir um gosto e um trajeto diferenciado.
 
Você quer mesmo se superar? É só dobrar a esquina e falar bom dia para alguém que nunca viu na vida, se pegar olhando pra pessoas que jamais imaginou, ouvir uma música daquelas que você sempre achou tão brega, comer aquele jiló que a sua mãe sempre falou que é bom mas que você nunca nem sequer olhou.
 
Te garanto, e nem preciso entender muito, que a vida nos surpreende desde que você deixe-se surpreender.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Em construção

Para fazer um livro, compor uma música você precisa de inspiração, para construir uma casa precisa de tijolos e cimento, para um lar valores, para um relacionamento respeito e amor.

Para construção de si é preciso de muito mais, podemos construir uma casa, um lar, uma família e ainda assim não nos conhecer, podemos ter valores, crenças, sentimentos e mais um turbilhão de coisas e ainda assim não saber se estamos completos.

Estamos em constante construção, talvez como casas que passam por reformas e por mudanças.

Mudamos um sofá de lugar, nos tornarmos mais flexíveis, colocamos um quadro novo na parede, aprendemos a ser mais bem humorados.

Bom humor é a chave dessa casa, quem ri cria, cria o que bem quiser, a oportunidade nasce de um sorriso.

Gente ranzinza demais passa a vida toda sem se entender e ainda cobra do outro o entendimento que não tem.

Quem somos, de onde viemos e para onde vamos não são as principais perguntas a serem feitas, pelo menos não para mim, as melhores perguntas seriam: o que mantenho em casa? O que cultivo na minha vida? O que ensino e aprendo?

Assisti a um filme em que um dos personagens dizia que após morrer e chegar ao reino seria questionado sobre duas coisas: você foi feliz? Fez alguém feliz?

Como sempre, não falo de verdades, falo de hipóteses, de observações a respeito de algumas coisas, então vale a pena pensar a respeito de tudo e de todas as coisas, porque depois que a parede ficar torta ou o piso ficar desnivelado não vale só jogar a culpa no pedreiro que você contratou, podemos não entender nada de construção de casas, mas largar as nossas vidas à mercê de algo ou de alguém não é solução.

Envolvimento e interesse é o mínimo que podemos ter para que talvez assim pessoas melhores possamos ser.

domingo, 4 de agosto de 2013

Pensamentos eternos

- Dez reais pelo seu pensamento, ele diz.
Ela sorri e diz:
- Nem por mil

Penso em coisas bobas e na maioria das vezes inúteis, só as vezes pensamentos interessantes e inteligentes me ocorrem. Prefiro deixar a sensatez para a realidade e as fantasias e devaneios para os pensamentos, mas tem algumas que quase nunca penso, são aqueles caminhos que um dia já passamos, mas agora não percorremos mais em nossas mentes, são janelas que já fechamos, ou que foram fechadas, e que ficam ali, pode ser que passemos todos os dias pela frente delas, mas elas permanecem fechadas e então nem sequer as vemos, não notamos e nem damos atenção.

Hoje uma se abriu.

Não tive total clareza, são coisas que acontecem na vida e depois de um tempo voltam como lembranças. Procuro guardar as melhores possíveis de todas as situações vividas, pois quando a janela se abre você pode ter certeza que vamos remoer cada pedaço da história.

O bom é que nesse momento podemos dar o resultado que quisermos a cena, se talvez ela não foi tão boa, podemos pensar em como teria sido por um outro ângulo, mas isso também pode ser frustrante, pois saber que poderíamos ter feito diferente e não fizemos pode realmente piorar a situação e o que era para ser um simples pensamento se torna um martírio.

Cada pensamento é assim, ocorre em frações de segundos e podemos torna-los eternos. Passar minutos, horas, dias, semanas, meses e anos pensando na mesma coisa.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Adoro o Amor

Não sei falar de amor às abertas, sei falar de amor ao pé do ouvido, coladinho ao telefone, entre dois e mais nada.

Às vezes me pego lembrando, seria mentira se dissesse que isso é constante, mas quando acontece é pra valer a pena, afinal são recordações doces, remetem à uma adolescência cheia de sonhos, cheia de sensibilidade, fase em que romantismo caia como uma luva, a paixão então nos fazia viver e a falta dela nos fazia entristecer.

Às vezes também o vejo e ninguém sabe, seja enquanto eu durmo e ele acorda ou vice versa, isso é meio distante, mas para quem tem saudades uma recordação basta.

Ao seu lado eu era melhor, e isso é irônico, pois nunca tivemos lado a lado, não convencionalmente ou como gostaríamos de estar.

Segredos e mistérios fazem parte do negócio e vocês me entendem que eu sei. Adoramos um olhar e um charme misterioso, uma voz encantadora e um perfume sem igual.

Espero que todos algum dia tenham experimentado, ou ainda venham a experimentar, a sensação de borboletas no estômago, o batimento acelerado e o sorriso largo.

Amor não necessariamente precisa de toque, mas claro que isso o completa - beijo, abraço nos envolvem, mas hoje falo do amor que se descobre antes mesmo do tato. Estou falando de amor que surge pela felicidade das conversas, pelo envolvimento das vidas, pelo interesse mútuo.

Adoro o amor, coisa boba, que está em filmes, livros, músicas, nos pensamentos e nos corações das pessoas.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Apenas Engatinhamos

Ouvi há pouco tempo alguém me dizer que somos apenas bebês engatinhando, na época não refleti, mas agora voltei a pensar nisso e concordei.

Ano passado escrevi sobre os vinte e poucos anos, disse que é quando achamos que nos conhecemos e no fundo não sabemos da missa um terço e é justamente isso.

Provavelmente quando chegar aos trinta, quarenta vou continuar refletindo sobre isso, mas percebemos que antes dos trinta anos apenas engatinhamos e que é uma boa fase -  porém quando assumimos que precisamos passar por ela e que ao contrário do que achamos não estamos e não somos tão maduros como acreditamos.

Quando assumimos nossa real situação, fica mais fácil de entender nossos esbarrões e trapalhadas no percurso da vida.
Quando somos arrogantes e acreditamos piamente em nossas convicções e bradamos nossas vozes sem medidas estamos tentando nos erguer antes da hora, é como um pão que sai antes do forno. Interrompemos o tempo que seria necessário. Tudo isso em prol da nossa urgência em tentar entender e aceitar as questões diárias, sendo que para haver entendimento temos que estar com a mente, com o coração e com os ouvidos abertos e normalmente quando estamos na fase de engatinhar estamos a todo pulmão, apenas berramos e com isso mal conseguimos entender o mundo ao nosso redor.

Por isso espere mais e afobe-se menos, acredite mais, questione-se mais e ouça mais; e quando conseguir levantar e caminhar, ainda assim, não esqueça que eternamente seremos meros amadores nesse mundão.
Amadores  e ainda assim vencedores; com vontades, com desejos e com necessidades, e mesmo nas horas em que cambaleamos é tentando aprender e nos erguer e isso faz com que sejamos gigantes.

Gigantes capazes de amar e ensinar, ouvir e calar, rezar e compartilhar, sorrir e abraçar, chorar e nos recuperar.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Arrependimento

Percebo que a maioria das pessoas tem vergonha de dizer que estão arrependias. Prepotência, pois todos estão sujeitos a errar e consequentemente arrepender-se.

E não necessariamente precisamos errar para nos arrepender. O arrependimento pode surgir da mudança de visão das coisas, afinal as opiniões mudam.

É do arrependimento que surge a possibilidade de se desculpar, é dele também que nasce a necessidade de mudar. É ele que nos faz pensar e repensar.

Quem nunca se arrependeu que deveria se envergonhar, pois nunca se deu a oportunidade de melhorar.

Quem bate o pé e reluta em acreditar que arrepender-se faz parte da vida, naufraga sem nem ao menos chegar em alto mar, pois não chega a experimentar o perdão, a sorte de poder mudar e aprender.

Arrepender-se é mostrar mais um dos nosso lados, um lado nobre, que tem capacidade de crescer e amadurecer com nossas escolhas em todos os momentos de nossas vidas, afinal arrependimento não tem idade, não dá pra dizer que apenas os novatos na vida se arrependem, claro que a maturidade traz mais segurança e clareza em nossas atitudes, mas não é sinônimo de imunidade, pelo contrário, quem já viveu mais e consequentemente já se arrependeu mais sabe que é um privilégio do ser humano e mais do que isso, entende que para se chegar ao bom as vezes precisamos passar pelo ruim primeiro.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Vale Quase Tudo

Não gosto da expressão "os fins justificam os meios".

Isso soa muito agressivo, como se vale-se tudo para se conseguir o que quer - puxar o tapete, usar de todos os tipos de atitudes e isso tudo fosse plausível de justificativa. A questão aqui não é de justificativa e sim de caráter, ou você tem ou você não tem.

Mas os famosos "espertinhos" estão por ai em todos os cantos, tentando tirar proveito de tudo e isso a todo custo, acreditam em soluções rápidas e fáceis e nem sequer se preocupam com a consequência que deixa perante aos outros.

Mas há também os que são inteligentes - ainda bem que ainda existe esse tipo de pessoa, que entende as situações e não se vale de todos os tipos de subterfúgios para conseguir o que almeja e muito menos precisa, são dotados de capacidade de entendimento e de ação, fazem as coisas sem usar de malandragens ou artimanhas.

Saber a hora de ir ou de parar, saber a hora de falar ou de calar, saber o que fazer e como fazer, saber de tudo isso é ir além.

O sábio é aquele que vai além, que sabe que nem em todos os momentos se ganha ou se perde, mas sim que em todos se aprende.

Para aqueles que sabem que os valores são os meios a serem usados, nem sequer precisam se preocupar com os fins - pois esses sempre serão os melhores.

domingo, 7 de julho de 2013

Empolgação pela contramão

Evite andar pelo caminho da empolgação, ele pode parecer rápido assim como o do impulso, mas nem sempre é o mais seguro.
 
Podemos agir devido ao renome que uma pessoa tem, ao cifrão no olho, ao tom de voz aveludado, a uma proposta irrecusável, mas como o ditado diz nem tudo que reluz é ouro.
 
Logo que começar por esse caminho vai trilhar pelas expectativas e o risco de se perder é grande, para não dizer que talvez comece a ter miragens tamanho tempo gasto e sem conseguir sair, parece que entramos em um labirinto.
 
Para alguns um desafio, mas como nem tudo o que parece é, ao fim das forças de tanto querer acreditar em algo nos frustramos, nos irritamos e com isso continuamos cada vez mais perdidos.
 
Até que caia na realidade, acorde, pois esse tempo que se viveu nem sei se realmente existiu ou se foi fantasioso e em alguns momentos pode parecer divertido, mas a gente cansa de andar, andar, andar e não encontrar a saída. É assim com a empolgação, nos leva a ter atitudes que na maioria das vezes não leva a lugar algum ou nos faz ficar cada vez mais perdidos.
 
Esteja sempre entusiasmado, mas não se empolgue, a empolgação leva a gente na contramão, já o entusiasmo nos mantêm na direção correta.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Fôlego

Precisamos de fôlego, sabe quando você está submerso e começa a perceber que precisa voltar à superfície para ter oxigênio fluindo novamente?

Quando chega nesse momento você tenta segurar mais um pouco, são segundos a mais, mas que fazem toda a diferença. É uma barreira sendo rompida é a sua força de vontade querendo continuar, mas chega a hora em que você não resiste e precisa voltar.

Enche os pulmões com todo o ar que consegue para imergir e dar longas e fortes braçadas novamente para então mergulhar de corpo, alma e total oxigênio, usa as pernas para dar ainda mais impulso, até chegar ao fim da linha, ou aqui no caso, ao fim da piscina a tão esperada borda se aproxima, mas para chegar nela foram necessárias muitas imersões e emersões, muita força desprendida no percurso.

A sensação é de cansaço, mas também de prazer e de dever cumprido.

Esse tempo gasto do início ao fim da prova para quem está de fora parece que foi tão rápido, mas para quem está ali lutando foi uma eternidade, só nós sabemos o quanto demorou e custou alcançar o que queríamos, ou se ainda não alcançado ao menos chegamos bem próximo o bastante.

Na vida também é assim, no trabalho, nos relacionamentos vai chegar a hora em que você vai precisar de um impulso a mais, de um gás a mais e quando essa hora chegar se você se recusar a voltar pra respirar o resultado não será satisfatório para não dizer devastador. O custo por essa recusa é caro. Caminhar sem o ar de que tanto precisamos é insuportável, podemos até aguentar por um tempo, mas não para sempre.

Adiamos enquanto conseguimos, mas sabemos que a decisão de voltar para respirar é inevitável.

E isso seja se voltando mais aos nossos parceiros e dando chances de estarem mais próximos ou mesmo dando a oportunidade para ambos de experimentarem o sabor e o dessabor de novos amores, seja jogando uma carreira de anos pela janela e que sabemos que está a anos luz de ser aquilo que nos completa, seja saindo de dentro da casca dos problemas e voltar à humanidade só que agora como líder dos próprios atos e não mais como refém.

Para um nadador as braçadas são indispensáveis, para um corredor são as pernadas que fazem a diferença, mas tanto para eles e quanto para nós uma coisa é essencial: permanecer respirando.

sábado, 15 de junho de 2013

Mantenha sua janela aberta

É uma lacuna que parece não ter preenchimento. Acho que muita gente sente isso, cada um em uma determinada área, seja profissional, pessoal ou afetiva.

É uma insatisfação que causa um vazio e ao mesmo tempo nos sentimos cheios, de saco cheio - se me permitem o uso da expressão. Mas também cheios de vida, sentimos que ainda somos capazes de gerar e solucionar problemas.

Tentar entender e tapar esse buraco é difícil, creio que não seja possível, parece que é algo para ficar aberto.

Todo mundo tem um lado não tão bem resolvido - pode confessar vai.

É essa falta que nos movimenta e nos faz procurar, batalhar, querer encontrar, solucionar ou ao menos acalmar.

Mas no fundo cultivamos aquilo ali estagnado como se a vida precisa-se desse ponto para continuar caminhando, precisamos de um problema, precisamos de uma dor, nem que seja uma dorzinha, só pra chamar de nossa.

 E quando essa janela se fechar, encontraremos outras para abrir e esse é o ciclo natural da vida; no dia em que todas se fecharem não estaremos mais vivos.

Termino deixando o alerta: Se o sapato já não faz mais calos, é sinal que está na hora de troca-lo.

domingo, 28 de abril de 2013

Gangorra


A reinvenção de si mesmo às vezes é necessária. Mentira. Sempre é necessária.

Mas como qualquer construção é preciso planejamento, organização entre tantas outras coisitas mais. Será? Acho mais simples do que imaginamos.

Às vezes a gente fica meio chato, meio sem saber o que quer e até sem rumo – e se isso acontecer com todo mundo será normal, somos humanos.

E pra sair dessa? Sem remédio ou receita pronta, cada um chega a uma estratégia para sair dessa ou entra numa pior ainda.

Viajar? Resolve – ao menos pra mim é tiro e queda, não consigo ter crise existencial enquanto estou viajando.

Ir ao cinema? Resolve ao menos temporariamente, nos entretermos e nos esquecemos do mundo do lado de fora da sala.

Ligar pra amiga? Resolve, mas prefiro um encontro pessoal, cara a cara um desabafo rola melhor e umas risadas podem surgir.

Andar, pegar o carro e sair dirigindo, ligar o som na sua música preferida ou em qualquer uma.

Comprar, comer – só cuidado pra não cair no vício e o que antes era apenas uma crise para ser momentânea torna-se num problema maior e mais duradouro.

A lua influência, só pode, não é possível a quantidade de tempo que passamos nas nossas vidas entre os altos e baixos.

Essa gangorra da vida é igual aquela que usávamos no parquinho quando crianças, onde quando estávamos embaixo tínhamos que tomar impulso para subir.

domingo, 14 de abril de 2013

O tamanho e a sua importância


Qual o tamanho do que você quer deixar para o mundo? Ou será que quer mesmo deixar algo?

Ser importante é o objetivo de alguns, ninguém quer passar despercebido, querer fazer a diferença é normal, mas a grandiosidade disso não está em deixar um legado para a humanidade tendo o seu nome estampado em algum lugar de grande visibilidade.

 Não basta deixar sua marca para o próximo? Ajudar o filho do seu vizinho que vai mal na escola?

Mas e por acaso eu vou lá saber que o garoto tá indo mal?! Realmente não.

Comunidade hoje em dia são aquelas que criaram naquelas tais redes sociais. Agora na rede real, na casa ao lado da sua, sabe-se lá o que acontece e seja lá o que for eu com certeza não conseguiria mudar tal situação. Imagine só, eu, me metendo nos problemas de quem mora ao meu lado, não, jamais. A não ser que eu descubra o facebook dele e ai a gente possa compartilhar de um mesmo mundo; o do superficialismo, onde tudo vai bem, onde você curte a foto, manda uma mensagem bonita mas quando cruza com o cidadão do outro lado da rua você mal olha na cara dele.

Mas isso também não é culpa nossa, deve ser daquela tal sociedade, àquela que a gente nunca se enquadra.

O mundo já veio assim, todo mundo nasceu preocupado demais, com medo demais, reclamando demais – aproveito para deixar bem claro que o ato de reclamar não ajuda em nada, pois ficar no sofá reclamando é bem fácil e bonito, mas não exige de nós nenhuma ação a não ser falar e falar em vão.

A culpa é do governo, claro, sempre deles. Concordo e discordo.

O que?

Não é uma critica, veja bem, eu também adoro o “fucebook”, vivo isolada no meu “mundinho”, acho que sou alguém e vivo fazendo de conta que algo nisso tudo importa.

E importa?

domingo, 17 de março de 2013

Você, eu e nossas buscas

É uma interminável busca: buscamos saber qual será a previsão do tempo para a próxima semana, buscamos saber o que a previsão astrológica tem para nós nos próximos dias, buscamos as últimas notícias da internet, seja sobre o trânsito ou sobre as atrações da cidade. Precisamos saber o que tá rolando por ai, precisamos estar antenados - mas nem sempre atentos.

Se desse pra buscar no Google o que eu queremos da vida, as ciganas teriam que abandonar definitivamente o viaduto do chá.

As dúvidas são diárias, os questionamentos são tantos que precisamos de respostas e para isso buscamos, procuramos loucamente um sinal de sentido para nossos cerébros inquietos e corações apavorados e que desespero quando a resposta não é exatamente aquilo que imaginávamos, ou pior, quando não se tem uma resposta.

Imagina só em pleno século XXI não se ter alguma resposta, a gente inventa uma...é tem bastante gente por ai dizendo o que bem entende e nós carentes de consolo acreditamos, cegamente as vezes, outras vezes não e saimos por ai buscando mais até encontramos uma resposta que enquadre dentro de nossas expectativas.

sábado, 2 de março de 2013

A diferença

As vezes a gente sonha e corre para conquistar e outras as vezes a gente se ilude.
A diferença? O sonho a gente realiza e na ilusão a gente idealiza - algo bem distante do real.
A distância entre um e outro quase sempre é muito pequena aos olhos de quem fantasia demais, a realização de um sonho não precisa de fantasias, pede estratégias.
Quem se ilude normalmente fica com os pés nas nuvens, tudo fora do real é mais agradável.
Sintomas tão típicos que normalmente não nos damos conta e quando menos esperamos já estamos presos e frustrados.
Ilusão tem a ver com expectativas, sonhos tem a ver com batalhar, mas claro que criar expectativas em cima de algo ou de alguém é mais fácil de enchergar o mundo, pois imagina só viver apenas com a vida do jeito que ela é, sem esperar nada. Impossível eu diria.
Eu já esperei tanto e por muitas vezes ainda me pego esperando, a espera não movimenta, a ilusão não se move, ela é fixa em nossos pensamentos, não saimos dela.
Já o caminho do sonho precisa que você ande e se movimente muito, porque parado sonho nenhum se torna em realidade, totalmente diferente da ilusão que deve ficar no lugar dela, no máximo em nossos devaneios engraçados, mas logo deve ir embora para não ocupar mais tempo do que deveria em nossas vidas.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Pensar demais envelhece


Chorar cria rugas e pensar demais envelhece.

Se ficar horas pensando num problema me fizesse ter a solução aceitaria, mas não, quanto mais me remoo com algo pior parece que a coisa fica.

Esquecer é a solução? Talvez, a indiferença é a saída certa para coisas desnecessárias, mas quando o problema merece solução, não adianta dar de ombros que eles também não vão se solucionar por um passe de mágica. E então, fazer o que?

Viver, deixar rolar, não esperar demais, não ter pressa e agir de acordo com o que se pode fazer, porque as vezes queremos fazer o que não podemos.

Li essa semana uma frase que é bem verdade: faço o que é meu, o que é dos outros deixo para os outros.

A mala pode ser pesada sim, não dá pra mentir e falar que está leve, mas também não precisamos levar outras pra carregar mais peso.

Assuma os seus atos e não queira abraçar o mundo, os braços não são tão grandes assim.