sábado, 24 de agosto de 2013

Precisar

Você não precisa se embriagar para se sentir feliz, não precisa de histórias de amor para amar.
Não precisa enxergar alguém pequeno para se sentir grande, nem alguém fraco para se sentir forte.
Não precisa acreditar na realidade para sonhar.
Não precisa de mais do que já tem.

Você precisa acreditar em mim, em você e na gente.
Você pode desconfiar e criar milhões de motivos, enquanto eu só preciso de um.
Você pode falhar e consertar.
Você não precisa mudar, apenas se moldar ou se acostumar e se desacostumar.
Não precisa entender, só precisa saber.
Deixa viver.

Será que você precisa me ver bater à sua porta?
Ou ouvir o seu telefone tocar?
Será mesmo que eu preciso te dizer tudo isso?

Você não precisa esperar ser alguém diferente do que já é.
Não precisa juntar livros ou colecionar discos.
Não precisa guardar tanta coisa e nem jogar tudo fora.

Você pode apenas precisar de uma música pra ouvir tocar.
Ou de uma foto para lembrar e uma carta pra se apegar.

Se o tempo passar, a distância mudar e a saudade continuar.
Pode acreditar.
Você precisa de mim e que eu também preciso de você.
Pode contar.
E mesmo que algum dia pare de precisar, ainda assim vou te amar.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Mudar de sonhos

Um dia eu acordei e decidi esquecer a sua ausência.
De verdade, eu não acreditei que pudesse passar.
Ai você olha pra sua vida e tenta acreditar que pode sim passar.

Não adianta esquecer seu rosto.
Tenho que esquecer meus pensamentos.

Eu já deveria saber assim que vi o seu sorriso.
Ele não era pra se lembrar.
Era pra se guardar.
Lembrar do seu sorriso me confunde.

Mas enquanto eu tiver o seu ombro pra encostar.
Eu posso acreditar que o mundo vale a pena.

Eu preciso mudar de sonhos.
Eu preciso mudar de história.
Eu preciso ser gentil com meus erros.
E preciso não acreditar que você possa me ajudar a corrigi-los.

Eu já deveria saber que não conseguiria andar ao seu lado sem me sentir estranha.
Eu já deveria saber.
Mas enquanto eu tiver o seu ombro pra encostar...
Eu não precisaria mudar de sonhos.

domingo, 18 de agosto de 2013

O Caso

Preciso confessar: tenho um caso. E não é qualquer caso, é um caso que vem de muito tempo e acredito que vai ser assim para a posteridade. Todo mundo tem um, seja as escondidas ou até mais aberto.
É amor e ódio, é um compromisso que não se desfaz, não adianta lutar para ir contra porque sempre vem de encontro.
Todo dia é assim e mesmo assim nenhum dia é igual. Não me deixa, me perturba, me muda e me satisfaz.
Meia dúzia de palavras não basta, mas nem um milhão podem descrevê-lo.

É assim esse meu caso comigo mesma, é uma relação gostosa e prazerosa, às vezes.
Tem horas que me enlouquece, todo caso é assim; cheio de sonhos e mistérios.
É divertido - um caso que se prese tem que ser divertido senão fica difícil mantê-lo.

Ao contrário do caso proibido visto como adultério, esse meu é totalmente permitido, respeitoso e sincero, é ele que me faz abrir e fechar os olhos, a mente e o coração, todos os dias, me faz escutar música no rádio e me faz chorar ou  rir de acordo com meu estado de espírito. Não depende de ninguém além de mim, apesar de incluir muitas outras pessoas.

Manter esse caso é manter acesa a vontade, a necessidade e a satisfação.
Me mantêm inquieta, me traz descobertas e me revê-la. Cada dia posso ser mais - nesse meu caso posso ser quem eu sou, sem legendas, sem censura e sem explicações.

Manter esse caso consigo mesmo é um caminho para manter um caso com a vida, se não conseguimos ser felizes com nós mesmos não conseguiremos com mais nada ao nosso redor.

domingo, 11 de agosto de 2013

Às vezes

Às vezes fico quieta - estou pensando em você.
Às vezes não durmo - estou pensando em você.
Às vezes nem vejo as horas passar - estou pensando em você.
Às vezes fico triste e feliz - estou pensando em você

Só às vezes.

E o que era só às vezes, às vezes vira muito.

Muito pra mim é pouco, mas esse pouco às vezes é muito.

E nessa história de muito e pouco e de às vezes, surgiu o quase sempre e o quase nunca.

Quase nunca me esqueço.
Quase nunca percebo.
Quase nunca sei.

Quase sempre é a mesma coisa.

A vida é música

Aprendi a coar café, cozinhar arroz e temperar feijão, mas não aprendi a lidar com o coração.
Aprendi a fazer piada dos próprios problemas, mas não sem antes me chatear.
Aprendi a lidar com a saudade que as vezes invade.
Aprendi que é melhor ter insônia por amor do que por preocupação.
Aprendi a dizer não mesmo querendo dizer sim, mas as vezes escorrego e digo sim quando deveria dizer não.
Aprendi o que todo mundo já sabe e o que mais ninguém imagina.
Aprendi a imaginar, criar e realizar e principalmente aprendi a amar e respirar, os dois consecutivamente e na maioria das vezes em total desordem e desalinho.
Aprendi que a vida é bela e as vezes fera.
Aprendi que a vida é música.

A vida não é compassada, não há um regente à frente para coordenar e mostrar como seguir e o que fazer, por isso as vezes não vemos nenhuma coesão e muito menos a menor coerência, mas ainda assim a banda toca e a orquestra não deve parar.

Dizem que a vida é a maior empresa do mundo, dizem também que a vida é um palco de teatro que não permite ensaios, aproveito para dizer que a vida é uma música, que nasce de uma inspiração, se desenrola com um refrão e ao fim sempre nos traz algum tipo de emoção e recordação.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Cuidado, frágil

Tem gente que parece frágil e não é, tem gente que parece rude e não é.

O  íntimo das pessoas é tão bem camuflado que podemos deixar de conhecer pessoas interessantíssimas ou até mesmo ter o desprazer de colocar alguém que não gostaríamos em nossas vidas. Que aparências enganam, isso a gente já tá cansado de saber e mesmo assim nos enganamos.

Quem nunca acreditou em alguém que não devia? Quem nunca se iludiu com uma frase bem montada ou uma cena bem armada?

Poderia dizer que passamos a vida toda enganados, mas não acredito piamente nisso, que o mundo em sua maioria das vezes parece promíscuo, isso é fato, mas ainda assim não perdi totalmente a vontade em acreditar nas pessoas e no poderoso poder dos sentimentos.

Espero que o parágrafo anterior não tenha soado a sentimentalismo demais, porque em se tratando de sentimentos bons estamos cada vez mais órfãos.

Órfãos sim; há quanto tempo você não vê um sorriso aberto com os trinta e dois dentes na sua frente?!

É mais comum ver pessoas esconderem o que realmente sentem ao invés de estarem se expressando, é mais comum ver cada vez mais gente com fone de ouvidos e menos sorrisos, é mais comum ver pessoas disfarçando pra não ter que cumprimentar alguém.

Estamos fugindo, não estamos mais acostumados a ser tratados bem; gentileza, delicadeza e sutileza andam ficando para trás. Já não sei mais se um sorriso e um abraço são formas sinceras de afeto, pessoas sensíveis estão em extinção, por isso quando vejo alguém que parece frágil e legal, logo penso: cuidado, perigo!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Quebrando barreiras

Percebo que algumas coisas mudam, outras nem tanto e outras quase nada, é assim com as pessoas, com os sentimentos, com as opiniões.
 
Ainda bem, prefiro nem imaginar como seria se nascemos e continuássemos com tudo igual.
 
A essência das coisas não muda muito, quase todo mundo trabalha ou encontra alguma ocupação, quase todo mundo resolve encontrar alguém na vida - pra na hora em que levantar da cama não ver apenas um par de chinelos, quase todo mundo tem objetivos e anseiam bens materiais, buscam um caminho espiritual e etc e tal.
 
Mudamos de roupa, de endereço, de cor de cabelo, de olho, de corpo, de religião, de emprego, de namorados, de tanta coisa que nem sei mais pra enumerar.
 
Já falei sobre mudanças também e então não quero me prolongar, mas é que hoje voltei a pensar em como as vezes não mudamos em nada, somos os mesmos inquietos, tímidos, sorridentes e ranzinzas. Pessoas vem e vão, opiniões se formam e se desfazem e continuamos com as mesmas manias, as mesmas pieguices, convictos sabe se lá do que.
 
No fundo buscamos padrões para nos apegar e tem gente que acha que pulando de paraquedas, por exemplo, vai estar quebrando barreiras, sendo que continuam procurando os mesmos tipos de pessoas, andam pelas mesmas ruas, se opõem muitas vezes em assumir um gosto e um trajeto diferenciado.
 
Você quer mesmo se superar? É só dobrar a esquina e falar bom dia para alguém que nunca viu na vida, se pegar olhando pra pessoas que jamais imaginou, ouvir uma música daquelas que você sempre achou tão brega, comer aquele jiló que a sua mãe sempre falou que é bom mas que você nunca nem sequer olhou.
 
Te garanto, e nem preciso entender muito, que a vida nos surpreende desde que você deixe-se surpreender.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Em construção

Para fazer um livro, compor uma música você precisa de inspiração, para construir uma casa precisa de tijolos e cimento, para um lar valores, para um relacionamento respeito e amor.

Para construção de si é preciso de muito mais, podemos construir uma casa, um lar, uma família e ainda assim não nos conhecer, podemos ter valores, crenças, sentimentos e mais um turbilhão de coisas e ainda assim não saber se estamos completos.

Estamos em constante construção, talvez como casas que passam por reformas e por mudanças.

Mudamos um sofá de lugar, nos tornarmos mais flexíveis, colocamos um quadro novo na parede, aprendemos a ser mais bem humorados.

Bom humor é a chave dessa casa, quem ri cria, cria o que bem quiser, a oportunidade nasce de um sorriso.

Gente ranzinza demais passa a vida toda sem se entender e ainda cobra do outro o entendimento que não tem.

Quem somos, de onde viemos e para onde vamos não são as principais perguntas a serem feitas, pelo menos não para mim, as melhores perguntas seriam: o que mantenho em casa? O que cultivo na minha vida? O que ensino e aprendo?

Assisti a um filme em que um dos personagens dizia que após morrer e chegar ao reino seria questionado sobre duas coisas: você foi feliz? Fez alguém feliz?

Como sempre, não falo de verdades, falo de hipóteses, de observações a respeito de algumas coisas, então vale a pena pensar a respeito de tudo e de todas as coisas, porque depois que a parede ficar torta ou o piso ficar desnivelado não vale só jogar a culpa no pedreiro que você contratou, podemos não entender nada de construção de casas, mas largar as nossas vidas à mercê de algo ou de alguém não é solução.

Envolvimento e interesse é o mínimo que podemos ter para que talvez assim pessoas melhores possamos ser.

domingo, 4 de agosto de 2013

Pensamentos eternos

- Dez reais pelo seu pensamento, ele diz.
Ela sorri e diz:
- Nem por mil

Penso em coisas bobas e na maioria das vezes inúteis, só as vezes pensamentos interessantes e inteligentes me ocorrem. Prefiro deixar a sensatez para a realidade e as fantasias e devaneios para os pensamentos, mas tem algumas que quase nunca penso, são aqueles caminhos que um dia já passamos, mas agora não percorremos mais em nossas mentes, são janelas que já fechamos, ou que foram fechadas, e que ficam ali, pode ser que passemos todos os dias pela frente delas, mas elas permanecem fechadas e então nem sequer as vemos, não notamos e nem damos atenção.

Hoje uma se abriu.

Não tive total clareza, são coisas que acontecem na vida e depois de um tempo voltam como lembranças. Procuro guardar as melhores possíveis de todas as situações vividas, pois quando a janela se abre você pode ter certeza que vamos remoer cada pedaço da história.

O bom é que nesse momento podemos dar o resultado que quisermos a cena, se talvez ela não foi tão boa, podemos pensar em como teria sido por um outro ângulo, mas isso também pode ser frustrante, pois saber que poderíamos ter feito diferente e não fizemos pode realmente piorar a situação e o que era para ser um simples pensamento se torna um martírio.

Cada pensamento é assim, ocorre em frações de segundos e podemos torna-los eternos. Passar minutos, horas, dias, semanas, meses e anos pensando na mesma coisa.