A gente
vive na borda, nem pula pra dentro e nem cai fora.
Queremos
contatos, mas não queremos vínculos.
Criamos
muitos colegas e poucos amigos.
Telefonamos:
uma conversa rápida, nada mais que uns cinco minutos pra cumprir com a
obrigação.
Mandamos
milhões de SMS por dia, todos superficiais, porque conversa, mas conversa mesmo
só olho no olho. Essa a gente deixa pra uma vez por semana que tá bom demais.
Você por
acaso acha que eu vou ligar pra falar que estou com saudades? Não, vamos ver se
ele me liga primeiro.
Queremos
o príncipe encantado, mas também nos recusamos a usar o vestidinho e calçar o
sapatinho de cristal.
Estar por
completo em um relacionamento? Não, pode ser muito perigoso, melhor nos mantermos em segurança, se cairmos, tchibum....
Queremos
manter o equilíbrio, manter o pé no chão, queremos dominar e ainda com tudo
isso queremos ser amados, admirados, queremos que alguém não fique na borda
pela gente, queremos que se joguem.
A gente
só quer aquilo que a gente não pode ser, queremos alguém diferente daquilo que somos. E sabe o que conseguimos? As beiradas. Nunca o inteiro, sempre a metade, o incompleto.
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