quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Mistério

Definitivamente não sou o tipo de mulher misteriosa, se isso é um charme não sou nenhum pouco charmosa então, vai ver tenho algum outro, não sei, mas não sou do tipo que sabe fazer jogo, sou meio escancarada, se quero falo logo e se não quero também é tchau e benção, já me disseram que isso é objetividade, sem lenga lenga e delongas, não sei também, será?

Pode ser, porque muita conversinha em torno de um mesmo assunto me deixa impaciente, gosto de textos curtos e detesto ficar andando em círculos - apesar de achar que fazemos isso constantemente e inevitavelmente.

Já pensei sobre isso com relação a minha futura profissão - pelo fato de precisar ficar horas, dias, semanas, meses, anos escutando os mesmos papos, os mesmos problemas, mas ainda assim é menos entediante que passar os dias num escritório cuidando de faturas, documentos e coisas afins, sem falar que por trás das mesmas histórias existem questões diferentes ou não, vai ver existam as mesmas coisas, mas chegar a essa percepção também é relevante pra mim.

Adoro surpresas, mas sou curiosa e ansiosa, e acabo me precipitando - ninguém (quase ninguém) nunca conseguiu esconder um presente surpresa, basta me dar uma dica e pronto eu adivinho e lá se vai a graça toda pelo ralo.
Se eu tiver que fazer surpresa então, não conte comigo, sou pior que criança e acabo contando tudo e mais uma vez todo o entusiasmo já era - quanto a segredos fiquem tranquilos, adoro saber de confidências e não contar pra ninguém, morro mas não conto nada, sinto o privilégio de ser única ou fazer parte dos poucos que sabem algo e então não tem a menor graça sair contando aos sete ventos e em respeito a quem me conta também é claro.

Juro, não nasci de sete meses, mas sou afobada, do time das apressadas (se tivesse nascido homem provavelmente teria ejaculação precoce), chego até a achar que o meu coração bate mais acelerado que o de outras pessoas - apesar de nunca ter comparado, levo ao pé da letra a frase "não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje", às vezes leio muito rápido, sou pontual e gente lerda me irrita - e acreditem; eu me sinto péssima com tudo isso. O pior de tudo isso é que me casei com o Sr. deixa pra depois e adivinhem: tenho aprendido um pouco a arte da lerdeza - leiam bem: tenho aprendido um pouco. Isso não significa que eu tenha entrado para o clube dos desencanados, não, mas tenho ao menos aceitado eles no meu cotidiano sem grandes estardalhaços.

Tá achando que não é bem assim, é porque nunca me viu dirigindo, eu buzino, mando sair da frente e como pedestre se alguém estiver andando igual uma tartaruga na minha frente eu desvio mesmo, apresso o passo e saio em disparada - louca de pedra coitada, é o que devem pensar as pessoas quando eu passo - imagine só quando ficar mais velha, outros devem imaginar.

Eu mais velha? Reclamona, sem sombra de dúvidas e daquelas que falam umas quatro vezes a mesma coisa - se hoje em dia eu já repito umas duas. Revoltada eu também já sou, então a tendência é só piorar, quando chegar na velhice provavelmente já terei aprendido a desenvolver a bomba atômica em casa pra jogar no quintal do vizinho se ele colocar funk pra tocar.

Quanto ao velho que estiver comigo se ainda fizer parte dos lerdos por natureza, vai levar uns bons chacoalhões pra ver se aprende a ser mais rápido - duvido muito que algum dia eu consiga desacelerar e me tornar uma pessoa zen, daquelas que não se abala. Se o mundo estiver acabando eu não estarei sentada tomando picolé na praça, provavelmente estarei desesperada em algum canto por ai.

O que foi? Fazer o quê meu povo, a realidade é essa.

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