segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Segunda-feira

Segunda feira é tipicamente um dia difícil e chato, caso exista alguém que se oponha a isso me procure mais tarde, adorarei descobrir motivos do contrário.

Segunda fica pior ainda quando você sai de casa mais cedo na certeza que vai chegar no horário, ledo engano, o trânsito sempre te pega de surpresa. Alguém deve ter tentado se matar, só pode, não vejo explicação para travar tudo. Eu entendo, deve haver tantos motivos pra desistir de tudo. Eu mesma estava ali em total desanimo, torcendo pra que o mundo acabasse em barranco pra eu morrer escorada. Ah, segunda-feira.

Enquanto o fluxo de veículos não se desenrolava eu resolvi terminar de ler meu livro - você quer mesmo que eu conte qual estava lendo? Te dou um doce se você adivinhar. Claro que era da Marthinha, não precisa nem ser muito gênio para chegar a essa conclusão.

Foi quando comecei a sorrir sozinha e o que era apenas uma leve abertura labial se transformou em riso e quando vi já estava completamente mergulhada, viajando na batatinha e escorregando na maionese, tive que me conter para não rir mais e mais. Em plena segunda feira de manhã quem se atreve a ler e ainda por cima ficar dando risada sozinha no ônibus. Eu sei que não sou a única, tem muita gente nos vagões do metrô, por exemplo, se distraindo e encontrando entretenimento em meio a multidão cotidiana, mas ali naquele ônibus, naquela manhã de segunda com transito eu estava sozinha em meus pensamentos, achando um máximo tudo aquilo - as pessoas dormindo, outras me olhando, outras que viajavam mais do que eu.

Foi quando percebi que eu não estava sozinha, estava em ótima companhia, ler aquelas pequenas crônicas me fizeram um bem danado, me fizeram refletir um pouco mais sobre a conexão entre as pessoas, me fizeram dizer um "muito obrigada" interno e silencioso, mas com uma alegria tão grande, tão bonita, tão verdadeira, que creio que mesmo passando muitos e muitos anos esse momento e alguns outros ficarão pra sempre na minha mente.

Como vocês sabem não acredito no "para sempre", mas acho que a eternidade, um dia talvez, me explique todas essas sensações e mesmo que o "silêncio nunca me perdoe por ter dito que te amo" - assim como disse a banda Reação em Cadeia em uma de suas músicas, mesmo que eu tenha me tornado vitima de mim mesma, das minhas próprias frases, da minha própria consciência, ainda assim vou continuar tentando entender a minha vida, mesmo que as conclusões não sejam nada conclusivas.

Foi assim, ao som dessa música e com o término do livro que mais um dos meus dias teve início - aliás, teve início muito antes, e eu nem havia me dado conta, que foi quando li a frase que tenho colada ao lado da porta da entrada de casa: "...agradeça, hoje é um dia que pode mudar sua vida...".

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