quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Coagulação - continuação

O texto de ontem causou certa movimentação, me disseram que a recuperação de uma perda demanda tempo sim e o que foge a essa regra é insensibilidade por parte da pessoa. Ok, se até um cortezinho que parecia de nada às vezes precisa de ponto, se uma bolha no pé por causa de um sapato demora uma semana inteira pra secar e se tudo isso são apenas questões físicas, imaginem só as emocionais, posso imaginar a perplexidade de alguns pela rápida recuperação do outro e não me excluo do grupo dos que choram litros quando sofrem e perduro por um tempo com a dor que parece sem fim.
 
Também me levantaram a hipótese de que homens quando amam demoram mais tempo para se desligarem de suas parceiras, mesmo quando se envolvem com outras pessoas ainda assim não mais serão os mesmos depois de terem convivido com alguém. Então fiquei com a impressão de que as mulheres são mais bem resolvidas nesse quesito. Apesar de sabermos que ninguém pode passar ileso de um relacionamento, nem homens, nem mulheres, sempre levamos algo da pessoa, nunca mais seremos os mesmos com certeza.
 
Bem resolvidas eu não sei se é a palavra, mas talvez, só talvez, as meninas cresçam acreditando em príncipe encantando e quando descobrem que o amor vai além do encantamento passam a ser mais “fortes” e com isso conseguem superar de forma um pouco menos marcante seus relacionamentos, talvez se tornem mais flexíveis e elásticas, se adaptem, enquanto os homens, talvez, por serem sempre protegidos demais por suas mães no final acabam tendo um apego maior em seus relacionamentos, o que torna o desapego algo complicado.
 
Ou seria todo o inverso?
 
Esse texto de hoje é feito apenas de muitas hipóteses, não tenho nenhum caso verídico para citar, até pelo contrário, as mulheres que conheço sempre se mostram perdidamente apaixonadas e com isso me fazem crer que qualquer perda pareça irreparável, mas vai ver no fim das contas não seja nada assim. Talvez o amor se desfaça da mesma forma que nasce, de repente, do nada, por alguns motivos e sem nenhuma explicação.

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