sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Praga de amiga pega

É como eu sempre digo: qual é a graça se não tiver emoção?!

Você está com metade da mudança prestes a começar a instalar as coisas na casa nova quando de repente descobre que não ligaram a energia elétrica justo no seu apartamento.
Você resolve fazer a faxina geral no tal novo apê quando fica trancado pro lado de fora porque a fechadura emperrou.
Você volta da viagem de lua de mel louco pra tomar um banho e descobre que a ducha cara que você comprou queimou.
Fala a verdade, o problema é comigo, sou eu a "zica" em pessoa. Isso porque só estou relatando os últimos causos, se for começar a lembrar de tudo vou realmente ter que escrever um livro.

Tudo isso para dizer que hoje a urucubaca me visitou novamente - danadinha, fazia tempos que não dava o ar da graça, mas a culpa de tudo o que aconteceu hoje é praga de amiga, só pode. Dizem que praga de mãe pega, mas de amiga também, tenho certeza.

Sexta-feira o dia começa ensolarado e ao que tudo indica o dia será bom. Será?

Eis que você resolve avisar a sua amiga que não vai almoçar com ela, pronto, o céu em milésimos de segundos se fechou e o mundo desabou em água e vento. Eu que só queria chegar ao meu destino fiquei praticamente ilhada, frustrada, revoltada, voltei ao trabalho com fome e com o povo tirando um barato da sua cara porque você sai linda e maravilhosa e volta uma legítima requenguela, com o cabelo desmilinguido de tanta chuva, a blusa encharcada e a sapatilha fazendo "ploft" "ploft" a cada passo que você dá.

Se isso está parecendo engraçado, pode rir, porque é mesmo - tem que ser engraçado pra não ser desgraçado, mas saibam que na hora eu fiquei "p" da vida, perdi a vontade até de comer e passei o resto do meu dia a bolachas de água e sal e chá doados pelas colegas de departamento.

Outra coisa que eu sempre digo: eu sempre encontro anjos no meu caminho. As coisas poderiam ter ficado piores se um colega de trabalho não tivesse aparecido pra me dar uma carona de volta embaixo do seu guarda chuva - quem conhece Alphaville sabe que eu jamais encontraria um ambulante sequer para me socorrer em uma hora dessas, e mesmo se existisse algum, duvido muito que ele me venderia um guarda chuva a fiado.

Sendo assim, fico devendo os dez reais cobrados pela carona de volta e chego a constatação de que São Pedro não vai com a minha cara (tenho vários assuntos mal resolvidos com ele), ou que sexta feira 13 é dia de sorte e o que dá azar mesmo é a sexta feira 18 ou que eu não devo sair de casa de blusa rosa.

Para encerrar a sexta feira, volto para casa sob a mesma chuva repentina, que mais uma vez em um só dia, me pegou desprevenida e despercebida.

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