sábado, 12 de outubro de 2013

Primeiro ano

Nem de longe somos o casal que termina a frase um do outro ou que sabe tudo o que o outro está pensando e nem gostaria disso, somos casados, mas não nos fundimos e viramos uma coisa só.

Nem adianta também querer atestar a compatibilidade me fazendo àquelas perguntas triviais como: qual o filme preferido? e a música, a comida, a cor predileta.

Cor? Qualquer camiseta que eu dou, independente da cor, ele usa. Música? Fico feliz de após seis anos de convivência ele tenha sintonizado uma rádio de rock no rádio do carro e hoje nem preciso mais vasculhar o celular pra saber se ele andou escutando nativa (desculpem-me pelos lados podres, mas eu tenho que contar). Mas só pra isso mesmo que recomendo mexer no celular alheio, o que não é meu, sinceramente não me interessa - privacidade é bom e todo mundo gosta, e individualismo não é egoísmo é apenas respirar sem ter que avisar.

Bom, já contribui bastante nesse relacionamento, além do gosto musical consegui fazer com que a pessoa tomasse gosto pelos livros (hoje posso passar horas na livraria sem me sentir a chata e ter que ir embora correndo), a sensação é de missão cumprida (e comprida também), sou eternamente feliz por ter tornado esse ser humano melhor - ao menos dentro dos meus níveis de apreciação.

Continuemos. Prato preferido? Tirando a pizza? O estrogonofe de frango que eu faço, antes dele não sei se ele tinha alguma predileção.
Quanto ao quesito dos opostos se atraem, tem que ter um equilíbrio senão nem com muito amor pra aguentar muita oposição e sim um dos lados uma hora ou outra vai ter que ceder - nem vem, eu sou de touro teimosa feito uma mula empacada.

O tempo passa rápido e é por isso o motivo do texto de hoje - compartilhar esse quase primeiro ano (falta uma semana).
Se muita coisa mudou? Não pra mim. A coisa mais chata? Quando você não quer olhar pra cara da pessoa depois de uma discussão e ali está ela ao seu lado no sofá.

A parte boa? Fácil. Virar pro lado na cama e se esbarrar na pessoa, levantar e perceber que além do seu chinelo tem mais um par em cima do tapete do quarto, se deparar com a toalha molhada em cima da mesa de jantar, em cima da cadeira, em cima da poltrona, em cima do sofá - ela só nunca apareceu dentro do armário da cozinha, ainda! Por que isso é bom? É sinal de que a pessoa está ali com os mesmos defeitos insuportáveis e que você vai reclamar e que não vai adiantar em nada.

Para quem não gosta dessa estabilidade não case, para quem não quer chegar ao nível de intimidade suprema nem tente. Para quem acha que tem um namorado carinhoso, bonzinho e acha que isso é sinônimo de romantismo nem se iluda, vai chegar o dia em que o fulano vai esquecer alguma data importante ou não vai fazer àquilo que tanto te agrada e isso é só uma das consequência do tempo.

Tem coisas que nem sempre mudam e claro, as pessoas são diferentes, mas em se tratando da maioria e em se tratando da espécie do sexo masculino não espere o ursinho e as flores sempre, mas pode ter certeza que sempre terá um bom ouvinte, pois eles adoram o que a gente fala e sabe por que? Porque eles só escutam durante os dois ou três primeiros minutos da conversa, depois disso podemos falar o que bem quiser que eles vão sempre continuar fingindo que estão prestando atenção em tudo.

Brincadeiras ou verdades a parte, depois disso tudo só constatamos o óbvio: é ruim mas é bom, ou nas palavras do excelentíssimo aqui de casa: "se fosse fácil todo mundo faria".

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